Educação Educação

A educação como forma de relacionamento emancipatório do mundo exterior na perspectiva de Paulo Freire

A EDUCAÇÃO COMO FORMA DE RELACIONAMENTO EMANCIPATÓRIO DO MUNDO EXTERIOR NA PERSPECTIVA DE PAULO FREIRE

 

SILVA, M.A[1]; KAYSER, A. M2; CARDOSO, E3.

 

 

RESUMO 

Há muito, as questões pertinentes à educação têm se constituído em objeto de ação – reflexão, principalmente, as questões relacionadas ao crescimento intelectual e profissional para as quais, muitos teóricos trazem contribuições que, sob vários aspectos, podem ser consideradas contribuições inestimáveis. Sabemos que a comunidade escolar ocupa um lugar especial para que ocorra a aprendizagem, pois a educação tornou-se um fim em si mesmo. Para tanto, professores e pais necessitam atuar como facilitador desse processo, estando aberto para acessar o universo desejante de seu aluno, oportunizando espaço não só para a aprendizagem dos conteúdos, mas também para o exercício da autonomia de pensamento, para a criação e construção e ampliação de novos saberes. 

Palavras-chave: Relacionamento; Sócio- Educacional; Professor; Educando

 

 

ABSTRACT 

A long, issues pertaining to education have been the object of action – reflection, especially issues related to intellectual and professional growth for which, many theorists who make contributions in many respects can be considered invaluable contributions. We know that the school community has a special place for learning to occur, because education has become an end in itself. For both teachers and parents need to act as facilitator of this process, being open to access the universe of desire of their students, providing opportunities not only for the space of learning content, but also for the exercise of autonomy of thought, for the creation and construction and expansion of new knowledge.

Relationships, Social education, Teacher, Educating

 

INTRODUÇÃO

O homem é um ser de relações, um ser que se encontra numa situação de permanente relacionamento com sua própria interioridade, formando assim sua racionalidade, porém sem se afastar dos seus semelhantes próximos e distantes no tempo e no espaço, com os dados objetivos do mundo material que desenvolve sua vida. A vida humana é tecida a partir das relações que o sujeito estabelece com sua natureza, e com o meio ambiente tais relações sinalizam para a concretização das suas atividades e as interações estabelecidas entre o homem e seu meio.

As maneiras como as interações se constituem nesta trama de relações sociais em que tece a existência humana não se caracteriza unicamente pela coletividade gregária do sujeito, mas por um coeficiente de poder que se hierarquiza segundo as relações de coordenação, subordinação, integração e delimitação, que se dá com o surgimento de normas de organização de conduta social. Neste sentido a educação é um processo fundamental para que ocorra a interação do homem com a sociedade. A educação surge com a pretensão de fundamentar a subjetividade do sujeito por meio da relação homem e natureza, a qual se fundamenta a partir do sujeito, e é validade pelo próprio sujeito[2].

 Compreender como se processa a fluência do contorno humano na contemporaneidade se faz necessário a fim de que se possa estabelecer conexões entre as condutas humanas e sua influência na construção das práticas sociais, e do meio ambiente. Desta forma, buscando refletir sobre a conscientização do homem referente dentro da temática “PROEJA” resolução [CNE/CEB 03/98], no seu artigo 3º, parte de uma suposta igualdade entre os cidadãos, o que se constitui num falseamento da realidade, uma vez que não se pode  tratar igualmente os diferentes, pois dessa forma reforça-se a diferença em favor da desigualdade. (KUENZER, 2000. p. 20). Na atualidade, através dos escritos de Benno Sander, cujo fundamento sua teoria da educação baseado nas mudanças sociais e políticas, segundo o autor são processos lentos e complexos, principalmente em contextos multinacionais e multiculturais é aqui que entra o papel da educação. Na perspectiva de Freire, certas disposições naturais, devem ser orientadas de forma mutua no processo de aprendizagem os quais são fundamentais para que o sujeito conquiste o fim proposto na construção da educação. Para que ocorra esta construção de relação homem e sociedade se faz necessário mencionar que o homem é protagonista de toda a problematização que aqui será discutida. O presente trabalho não pretende-se afastar do pensamento transcendental, por acreditarmos que todo o processo da construção da educação, por meio da “PROEJA”, como fenômeno de inclusão social // sócio – educativa, necessariamente deverá passar pelo crivo da auto-conscientização a qual sempre determinará o bem estar social e a existência coletiva.

Moscovici (2004): Modalidade, para o Conselheiro Jamil Cury, no Parecer CNE nº. 11/2000 implica um modo próprio de fazer a educação, indicando que as características dos sujeitos jovens e adultos, seus saberes e experiências do estar no mundo, são guias para a formulação de propostas curriculares político-pedagógicas de atendimento. 2 LDB, de 1996, define, no art. 21, a composição dos níveis escolares como educação básica e educação superior. O primeiro nível é composto por três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio[3].

Sendo assim, o presente estudo busca discorrer sobre a influência do pensamento de Paulo Freire (1987 p.16) como uma das base fundamental do PROEJA“o problema de sua humanização, apesar de sempre dever haver sido, de um ponto de vista axiológico o seu problema central”, contemporaneidade, de convivência, e o princípio  do exercício da cidadania  está condicionado  a administração de fatores sociais e axiológicos que  sinalizam  os  contornos humanos  no tempo e no espaço. Investigar os elementos formais da educação, dentro de uma perspectiva de reconstrução entendimento contínuo das relações humanas, se faz necessário, uma vez que a sociedade perdeu sua identidade, ou seja, se encontra fragmentada, esta sociedade passou a acreditar que tudo é permitido.

Porém para Freire (2005),

A desumanização, que não se verifica apenas nos que têm sua humanidade roubada, mas também, ainda que de forma diferente, nos que roubam, é distorção da vocação histórica. A luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalienação, pela afirmação dos homens como pessoas, como seres para si, não teria significação. […a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é, porém, destino dado, mas resultado de uma “ordem” injusta que gera a violência dos opressores e esta, o ser menos…] (FREIRE, p.32)

Este projeto de pesquisa pretende abordar o viés ‘sistema educacional’ em relação à transmissão de conhecimento ao mundo exterior como sendo forma de cidadania e consequentemente desenvolvimento econômico do País[4]. Segundo dados Síntese de Indicadores Sociais 2000 (IBGE) o Brasil atualmente é a sétima economia mundial mas em termos de educação ainda é precária, pois constrange com o sistema capitalista na difusão do conhecimento por meio de linguagens multipolares seguida de múltiplas qualificações.

Para viabilizar a respectiva abordagem, busca estabelecer a importância da relação entre o trinômio professor-aluno-família para o processo da aprendizagem essência, marcado pela exclusividade da história de cada um ou seja singularidade e autonomia, a partir da teoria libertária. Os principais autores estudados serão Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido (1987), Emile Durkheim, Textes – fonctions sociales et institutions, Paris, Minuit, 1975; e Divisão do trabalho social (2 tomos), Lisboa, Presença, (1989).

Sabemos que a comunidade escolar ocupa um lugar especial para que ocorra a aprendizagem, pois a educação tornou-se um fim em si mesmo. Para tanto, professores e pais necessitam atuar como facilitador desse processo, estando aberto para acessar o universo desejante de seu aluno, oportunizando espaço não só para a aprendizagem dos conteúdos, mas também para o exercício da autonomia de pensamento, para a criação e construção e ampliação de novos saberes.

Há muito, as questões pertinentes à educação têm se constituído em objeto de ação – reflexão, principalmente, as questões relacionadas ao crescimento intelectual e profissional para as quais, muitos teóricos trazem contribuições que, sob vários aspectos, podem ser consideradas contribuições inestimáveis. Contudo, o que se pretende aqui é explicitar algumas especificidades do aprender, a partir da visão de Paulo Freire[5]. Para Durkheim, (1989), a educação é considerada como um fator social que se impõem coercivamente a uma legislação, por meio da divisão do trabalho social por meio do método científico. Fazendo com que o indivíduo se integre socialmente, os conteúdos são as normas e valores quais pertence à cultura de um povo. Dentro dessa lógica, ocorre à transferência nos processos de ensino e aprendizagem de forma informal e formal onde pais e mestres funcionam como mero suporte ou mola propulsora do aprender, e o aluno ampliara seus teóricos por meio da sublimação ao universo da cultura.

Neste trabalho, busca-se efetuar uma possível interlocução entre a teoria libertaria e a educação[6], fazendo um recorte para tratar do encontro ou desencontro que se faz presente no campo relacional da díade professor-aluno-pais diríamos que esse processo educacional favorece ou não a efetivação da aprendizagem. A ideia é privilegiar, como temática central, o processo de aprendizagem, tendo a escola como ponto de partida a democratização da sociedade, uma vez que a escola tem o papel de reprodução social e se esses princípios não estiverem compromissados com a educação libertadora, o sistema capitalista antiliberal, autoritário contribui fragmentação coletiva onde o indivíduo torna-se dependente sistema educacional mecanicista, burocrático e fragmentado. Conforme dicionário de língua portuguesa educação é definida como s.1. Ato ou efeito de educar (-s). 2 Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. 3. Civilidade polidez. Dicionário Aurélio ( 2001 p. 272). Ressaltamos a compreensão do entendimento da importância da relação do trinômio professor, pais e aluno como protótipo da construção e ampliação dos saberes do educando em sociedade.Assim precisamos estar atentos para o fato de que a educação constrói ou destrói o indivíduo, muitas vezes, a fragmentação no processo de aprendizagem acarreta em uma falta de dialogo, comunicação, falta de reflexão, não sugue uma ação pela ação, ou seja, esta fragmentação não conduz a uma reflexão da ação. Portanto; é um fenômeno que acarreta a uma falta de uma sociedade justa, a uma falta de homens  independentes, homens que sejam capaz de criar, renovar.Este projeto foi estruturado a partir dos estudos teóricos, centrados, principalmente, na teoria libertadora, onde Paulo Freire abordou o conceito de educação bancária e a contradição educador – educando dentro da perspectiva educação libertadora a qual consiste num processo cultural, onde ninguém educa ninguém e os indivíduos se educam no convívio social. Assim o objetivo da educação libertaria aborda os seguintes princípios a humanização do sistema educacional, o diálogo entre educador e educando visando uma sociedade mais justa e igualitária, o homem é um ser em construção, e por fim o combate a dominação e opressão dos de baixo.A relação entre a comunidade escolar já é objeto de preocupação no campo da educação. O que desejamos demonstrar é a importância do entendimento dessa relação, à luz da teoria libertaria considerada como uma proposta sócio educativa[7]. Em 1997, a política nacional para a EJA passa a ser feita pelo Programa de Alfabetização Solidária através de ações desenvolvidas em parceria entre o governo e a sociedade civil, objetivando, assim, garantir a continuidade dos estudos dos alunos atendidos, por meio da EJA e cursos profissionalizantes, moldados de acordo com a vocação econômica de cada município. (MEC-1997) Em julho de 2000 o Conselho Nacional de Educação, através da Resolução CNE/CEB Nº 01 de 05/07/00, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, orientando a obrigatoriedade na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio. Conforme o Art. 2º: A presente resolução abrange os processos formativos da Educação de Jovens e Adultos como modalidade da Educação Básica nas etapas dos ensinos fundamental e médio, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. (MEC/CNE-2001)

Este trabalho foi elaborado a partir uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente por livros e revistas científicas. Segundo Gil (2006), essa metodologia permite abarcar uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que investiga diretamente, pois possibilita agrupar inúmeros dados dispersos que na pesquisa de campo nem sempre é possível.

A pesquisa bibliográfica se dá por uma investigação, uma consulta de livros e documentos referentes ao assunto que se deseja estudar. É uma localização de fontes de informação para a coleta de dados que se almeja ou se necessita para o aperfeiçoamento de determinado assunto. Este tipo de pesquisa ocorre como sinônimo de investigação, de busca a um determinado tema e objeto de estudo (GIL, 2006).

A revisão bibliográfica do presente estudo encontra-se estruturada em três itens. O primeiro aborda o conceito de educação libertaria. O segundo item aborda a relação professor-aluno- pais e sua importância para a aprendizagem fundamentando-se nos conceitos de Freire. O terceiro e último item apresenta o problema da educação sob a ótica da teoria libertadora em sua articulação com as demandas contemporâneas, enfatizando a importância do espaço que se constrói entre a comunidade escolar.

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO-PAIS NA TEORIA fREIRIANA DA APRENDIZAGEM

Sendo as relações humanas, embora complexas, peças fundamentais na realização de ressignificações e mudanças, como podemos ignorar a importância de tal interação entre e a comunidade escolar[8]?Sabe-se que o ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa: aquela que ensina. O professor é colocado pelo aluno numa determinada posição que pode ou não facilitar a aprendizagem. Consideramos que a relação estabelecida entre professores e alunos constitui o cerne do processo pedagógico. Qualquer que seja o estilo do professor, ou seja, se ele é autoritário, sério, irresponsável, mais ou menos afetuoso, mais ou menos burocrático, nenhum deles passa pelos seus alunos sem deixar a sua marca. “Toda prática educativa supõe a presença de um professor e um aluno interagindo afetivamente nas mais diversas situações, afetando e sendo afetados um pelo outro” (MEIRELES, 2006, p. 29).Meireles (2006) nos fala que encontramos aqueles alunos mais desafiadores e críticos, os passivos, os ciumentos e possessivos, os mais competitivos entre outros. Todas essas características podem ser oriundas de experiências vinculares com as figuras parentais vividas lá no início de suas vidas. Essas primeiras experiências se manifestam no dia a dia, influenciando as reações e os comportamentos.A autora aponta ainda que todos nós, certamente, nos lembramos de alguns professores que deixaram marcas mais ou menos profundas em nossas memórias. Algumas práticas são essenciais para que se estabeleça e se mantenha uma boa relação professor-aluno, como, por exemplo, professores que buscam levar seus alunos à reflexão crítica, à curiosidade, ao questionamento e à descoberta. Em se tratando de relacionamento entre professor e aluno, a natureza e a intensidade dos afetos vividos na transferência favorecerão ou não os objetivos da relação, qual seja, a aprendizagem. Reafirmamos a noção de que no processo de transferência, o aluno reedita tanto sentimentos positivos de afeição – transferência positiva; quanto a sentimentos negativos, de hostilidade – transferência negativa.

Segundo Mamede-Neves (2006), na relação professor-aluno está em jogo a enunciação de dois desejos – o desejo de ensinar e o de saber. A ação destes dois sujeitos na cena pedagógica será sempre mediada por estes desejos. O professor, ao fazer seu planejamento didático, prepara-se para o previsível, considerando o seu desejo. Ao ingressar na sala de aula depara-se com o imprevisível, ocorrendo aí o desencontro entre o seu desejo e o do aprendiz.

De acordo com Kupfer (1995, p. 87), o que explica tal afirmação é que a educação exerce seu poder por intermédio da palavra e “a palavra, ensina a psicanálise, é ao mesmo tempo lugar de poder e submissão; de força e de fraqueza; de controle e de descontrole. Como então construir um edifício educacional sobre uma base paradoxal, incoerente?”

CONCLUSÃO

Ao longo deste artigo, procuramos explicitar alguns limites da atual educação brasileira. Onde buscamos enfatizar a relação entre professores e alunos dentro do sistema educacional. Neste sentido buscamos apoiar a nova reflexão na teoria de Paulo Freire. Para assim fundamentar que a relação da educação integrada “PROEJA” é um sistema válido de inclusão sócio educacional da sociedade de massa. Pois acreditamos que qualquer programa quando bem articulado com um projeto de desenvolvimento econômico e sócio-educativo é favorável para a sociedade.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSSA, N. Fracasso escolar: um olhar psicopedagógico. Porto Alegre: Artmed, 2002.

CORDIÉ, A. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

DAVINI, J. Sobre a Angústia. In: FREIRE, M. e cols. (orgs.). Grupo: indivíduo, saber e parceria. 2. ed. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

DURKHEIM, Emile, Textes – fonctions sociales et institutions, Paris, Minuit, 1975; e Divisão do trabalho social (2 tomos), Lisboa, Presença, 1989 (3ª edição).

FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e da família. Porto Alegre: Artes Médicas. 1991.

_______. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17ª ed. Rio de Janeiro. Pás e Terra, 1987.

 IBGE: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html – acesso em: 26/09/2010.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

KUPFER, M.C. Educação para o futuro: psicanálise e educação. 2. ed. São Paulo: Escuta, 2001.

PAIN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

[1]Marco Aurélio da Silva (UFSM/UFRGS/UNICID) Graduado em Filosofia, Especialização em Educação Ambiental/Gestão Municipal/Gestão Educacional

Aristéia Mariane Kayser (UFSM/FACISA/UNICID) Graduada em Enfermagem, Especialização em Educação Ambiental/Urgência Emergência e Trauma/Gestão Educacional

Evandra Cardoso (FASB) Mestre em Psicologia Clínica; Professora de Graduação do Curso de Psicologia

E-mail:ma22@zipmail.com.br;k0132@hotmail.com; evandracardoso@fasb.edu.br

[2] A dimensão política contida em toda a ação educacional é resultado de uma consequência lógica expressa pela imagem de Homem e Mundo que fundamenta toda a teoria educacional (KUNZ, 2001a, p. 135) (…) Para a superação (de uma educação através de um sistema ‘bancário’, citado por Freire) é necessário uma leitura crítica da Realidade Social, que no campo pedagógico é possível pelo processo dialético da Ação Comunicativa entre Educador/educando, na medida em que a Compreensão de Mundo dos participantes passa a ser analisada e entendida como objeto de conhecimento da ação educativa (Ibid, p. 145).

[3] Originário do Decreto nº. 5.478, de 24/06/2005, O Programa Nacional de Integração Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA).  Surge por intermédio da  Política Pública com  a educação de jovens e adultos (EJA), o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Educação e da Secretaria nacional de Juventude.

[4] Os oprimidos, nos vários momentos de sua libertação, precisam reconhecer como homens na sua vocação ontológica e História de Ser Mais. A reflexão e a ação se impõem, quando não se pretende, erroneamente, dicotomizar o conteúdo da forma histórica de ser do homem. (Freire, 1987, p. 29)

[5] Crítico-Emancipatória podemos citar Freire (apud KUNZ, 2001a):    Afirma que no processo de ensino dialógico o professor deveria procurar ser 50% professor e 50% aluno, de maneira que num processo comum de ensino o professor tem que aprender a ‘morrer como exclusivamente professor, e renascer como professor-aluno’, ao mesmo tempo em que o aluno, também, precisa aprender a ‘morrer como exclusivamente aluno, e renascer como aluno-professor’ (p. 148). Educador-educando e Educando-educador estão ambos colocados, na prática da formação libertadora, como Sujeitos do Conhecimento frente ao Objeto a ser apreendido. (…) E, o critério para avaliar um professor é a sua prática – não a sua fala (p. 150).

[6] LEI Nº 9.394, Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Dos Princípios e Fins da Educação Nacional. Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;  II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;  III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;  IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância; V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII – valorização do profissional da educação escolar; VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX – garantia de padrão de qualidade; X – valorização da experiência extra-escolar; XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

[7] Silvio Gallo (1997): El paradigma anarquista de educación. Documento editado en la página Semillas de Libertad. Plataforma ácrata digital (www.flyingmind.com/plataforma/doc7).

[8] A educação anti-autoritária é um paradigma que combate o “paidocêntrismo”.na perspectiva de Félix Garcia  Moriyon (editor): Escritos anarquistas sobre educación. Bakunin, Kropotkin, Mella, Robin, Faure y Pelloutier. Editorial  Zero.

 

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