por Secom em 26/11/2010 20:23hs
Brasil agora é um dos países capazes de gerar digitalmente cenários futuros de clima
O novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) consta na lista dos mais rápidos sistemas computacionais do mundo. O supercomputador Tupã ocupa o 29º lugar na lista mundial, a mais alta colocação já alcançada por uma máquina instalada no Brasil. O resultado também o classifica como o mais poderoso do hemisfério Sul. O levantamento é produzido a cada seis meses e atual lista foi divulgada neste mês de novembro.
A velocidade máxima do Tupã é de 258 teraflops, equivalente a 258 trilhões de cálculos por segundo. Tupã é hoje o terceiro mais poderoso entre os supercomputadores dedicados à previsão numérica operacional de tempo e de clima sazonal. Considerando as aplicações para mudanças climáticas, fica em oitavo lugar. Esta classificação coloca o Brasil entre os países capazes de gerar cenários futuros de clima que irão apoiar o quinto relatório do IPCC, o painel da ONU que avalia as consequências do aquecimento global.
Avanço – Com o Tupã, que deve entrar em plena operação no início de 2011, o INPE poderá gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.
A nova máquina também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global. Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.
O Tupã foi adquirido com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Instalado no INPE de Cachoeira Paulista (SP), atenderá aos centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) do MCT, do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.