Débora Castro Magalhães*; Adalberto Romualdo Pereira Henrique**
publicado em 17/07/2010 como <http://www.partes.com.br/emquestao/humanizacaohospitalar.asp>
Resumo
Devido aos excedentes fazeres práticos e a falta de tempo para executá-los, o presente estudo pretende abordar a possibilidade de exercer um programa de humanização dentro do contexto hospitalar.
Palavras-chave: Humanização, contexto, hospitalar
Resumen
Debido al exceso de obras práxica y la falta de tiempo para su ejecución, este estudio pretende abordar la posibilidad de ejercer un programa de humanización en el contexto hospitalario.
Palabras claves: Humanización, el contexto, el hospital
Introdução
O termo “humanização” tem sido empregado constantemente no âmbito da saúde. É á base de um amplo conjunto de iniciativas, designando a forma de assistência que valoriza a qualidade do cuidado do ponto de vista técnico, associada ao reconhecimento dos direitos do paciente, de sua subjetividade e cultura, além do reconhecimento do profissional, tal conceito pretende-se norteador de uma nova práxis na produção do cuidado em saúde.
Segundo Martins (2001), a humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam insegurança. Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não estão prontos nem em decretos nem em livros, não tendo características generalizáveis, pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo singular de humanização.
O processo de hospitalização é de grande sofrimento e angústia tanto para o paciente, quanto para a família. Quando o paciente é submetido á internação depara-se com o fato de que seu corpo está em déficit, de que suas possibilidades estão diminuídas, e consequentemente, de que sua vida, está fugindo do controle, o que faz com que ele fique dominado pelo medo e pelos sentimentos de incapacidade e de tristeza.
Para Pessini (2002) é possível e adequado para a humanização se constituir, sobretudo, na presença solidária do profissional, refletida na compreensão e no olhar sensível, aquele olhar de cuidado que desperta no ser humano sentimento de confiança e solidariedade.
Uma das características da humanização hospitalar é a autonomia do paciente, de maneira que ele possa participar das decisões sobre o tratamento a ser realizado, o ambiente em que vai permanecer durante seu internamento, o que ele irá comer, quando e como irá dormir.
Objetivos
Analisar o processo de humanização hospitalar em termos físicos, estruturais e no que se refere a equipe multiprofissional, fazendo uma reflexão sobre o “Ser” biopsicossocial dentro deste contexto.
Objetivos Específicos
– Analisar o contexto hospitalar, delimitando a qualificação e a capacitação dos profissionais, que se propõe a atuar junto a um programa de humanização;
– Nortear os aspectos existentes na atuação multiprofissional, a fim de se detectar as abordagens que contribuirão para um processo de humanização;
– Ponderar as estratégias traçadas pela instituição hospitalar em prol do processo de humanização;
– Demonstrar a contribuição de um ambiente humanizado para o processo de recuperação do indivíduo.
Humanização
O movimento de humanização nos hospitais não somente está voltado para o processo de educação e treinamento dos profissionais de saúde, mas também para intervenções estruturais que façam a experiência da hospitalização ser mais confortável para o paciente.
Hoje, devido à humanização nos hospitais realizada por profissionais, pacientes e familiares, estes últimos encontram no centro hospitalar um lugar que ameniza o sofrimento e diminui a tensão vivida por eles, durante o processo de tratamento. Com a proposta de melhorar a qualidade do atendimento, muitos hospitais vêm aderindo ao trabalho voluntário para minimizar os efeitos que as doenças provocam nos pacientes. O trabalho voluntário em hospitais é um dos fatores fundamentais para a humanização do atendimento. Ele dá suporte emocional aos pacientes, além de ser facilitador do trabalho dos departamentos clínicos e administrativos dos hospitais.
Por tais motivos o presente estudo se justifica por refletir sobre como estes aspectos interferem na saúde do indivíduo dentro do contexto hospitalar, podendo levar a outros profissionais e ao meio acadêmico-científico reflexões da importância de um programa de humanização hospitalar.
METODOLOGIA
O presente ensaio se trata de um estudo exploratório e comparativo, sendo que este tipo de pesquisa “(…) busca apenas levantar informações sobre determinado objeto” (SEVERINO, 2008, p.123).
A pesquisa terá um caráter qualitativo, com levantamento bibliográfico, baseando-a em uma corrente metodológica humanista.
Optou-se pela metodologia qualitativa, pois todas as pessoas que participam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos “que elaboram e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que identificam” (CHIZZOTTI, 2003, p.83).
Segundo Vietta (1995) “o humanismo tende a tornar o homem verdadeiramente mais humano, manifestando sua original grandeza através de sua participação em tudo que pode enriquecê-lo na natureza e na história” (p. 32).
Foi escolhido como público alvo 20 funcionários, profissionais de saúde, de dois hospitais de Muriaé-MG.
A coleta de dados em loco terá a duração de 6 meses (janeiro a junho de 2010), durante trinta minutos, uma vez por semana. Para esta coleta serão utilizados dois instrumentos (ANEXO C) não estruturados (entrevistas não diretiva) com perguntas abertas a fim de se alcançar o objeto de pesquisa. A entrevista será elaborada pela pesquisadora.
Antes do início da pesquisa, serão utilizados um termo livre e esclarecido (ANEXO A) em duas vias, sendo uma para a pesquisadora e a outra para o voluntário da pesquisa, e um termo de autorização (ANEXO B) que deva ser assinado pelo responsável das instituições supracitadas. Este projeto será apresentado para apreciação do Comitê de Ética da FAMINAS, após o aceite dos voluntários e a liberação do Comitê, a presente pesquisa em loco dará início.
Para orientação no processo de análise e discussão dos dados será utilizada a metodologia de Bardin (2002), como referência principal para a análise de conteúdo, no qual diz a autora ser: “(…) um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (p.13).
HIPÓTESE
A falta de tempo para executar os afazeres práticos no ambiente hospitalar interfere na execução do programa de humanização.
O programa de humanização hospitalar auxilia no processo de recuperação do indivíduo.
Uma instituição com programas que modificam o ambiente do contexto hospitalar torna a hospitalização menos impactante para o paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa associada aos demais estudos relacionados á humanização em contextos hospitalares, poderão levar a reflexão do quanto é importante analisar o sujeito como um “Ser” biopsicosocial dentro de uma abordagem mais humanizada, considerando-o como um todo e não somente voltar o olhar sobre a doença, levando desta forma suavizar o impacto causado pela hospitalização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WILLARD&SPACKMAN. Terapia ocupacional. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2002.
*Débora Castro Magalhães e ** Adalberto Romualdo Pereira Henrique são acadêmicos do 7º período de Terapia Ocupacional pela FAMINAS/Muriaé-MG.
adalbertofaminasto@yahoo.com.br
Como citar:
HENRIQUE, Adalberto Romualdo Pereira. Humanização dentro do contexto hospitalar. Revista P@rtes (São Paulo). ISSN 1678-8419 V.00. P.eletrônica. Julho de 2010. Disponível em <>