Paulo Hayashi Jr
publicado em 01/07/2010 como www.partes.com.br/reflexao/certezafinal.asp
Jamais aceite algo como verdadeiro desde o início, pois senão impediria o desenvolvimento de construções mais altas da verdade. Este é o conselho do filósofo grego Aristóteles. Todavia, a postura cética não pode ser permanente, caso contrário também teríamos dificuldades em edificar obras maiores em nossas vidas.
É preciso mente treinada e afinada para ver e ouvir aquilo que olhos e ouvidos não podem. É preciso disciplina para treinar a dúvida para que ela se transforme em preciosa aliada de construção ao invés de desconstrução, pois maior é a satisfação de um pedreiro que constrói uma catedral que permanece por milênios do que um demolidor que termina rápido o seu serviço e ninguém fica sabendo quem foi fulano após a poeira baixar. Necessário ímpeto para romper a comodidade das necessidades físicas para se doar em benefício do próximo. Coragem para fazer, crença para dar força. Caso contrário, não teriam onze dos doze apóstolos morrido em condições ao menos incomum, ou Paulo de Tarso sofrido com os espinhos da insatisfação por tanto tempo.
Façamos de nossa vida um projeto de construção e melhoria e, quando o tempo passar e a velhice e a morte chegarem, nada mais tranquilizador do que ver bem edificada as obras que nos dão testemunha sincera e sólida de nossa bem-aventurança na Terra.
Nada mais sábio do que ser prudente e previdente em relação ao futuro, nada mais constrangedor do que ser pego de surpresa. Se a dúvida é o princípio da sabedoria, que seja o trabalho abençoado em pró da caridade o ponto final que não apenas realça o saber, mas também a justifica. Da nossa “sorte” na morte, depende o que fizermos em vida. Nada mais lógico, nada mais justo do que colhermos aquilo que plantarmos.