Antes da assinatura, a ex-primeira dama da França repetiu o gesto de diversos chefes de estado, autoridades e personalidades que visitaram Itaipu e plantou uma árvore (uma jabuticabeira), no Bosque dos Visitantes. “Depois que tomei contato com o Programa Cultivando Água Boa, na Europa, compreendi que era muito importante vir até aqui e testemunhar as ações desenvolvidas pela Itaipu na área socioambiental. Fiquei muito feliz com o que vi e vou falar disso lá fora. Saio com a visão muito reconfortante de que é possível trabalhar essa política da água”, disse Danielle.
Pelo acordo, as duas instituições se comprometem a promover o intercâmbio e a sistematização de práticas pedagógicas; dar visibilidade a projetos e ações de acesso à água potável, preservação de mananciais, gestão de bacias, saneamento, educação e cidadania; e fomentar a ética do cuidado. O convênio terá validade de dois anos e não prevê o repasse de recursos entre as partes signatárias.
Além da assinatura do termo de cooperação, Samek e o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, assinaram a adesão à campanha Mensageiros da Água, da France Libertés. A campanha foi tema de uma palestra feita por Danielle Mitterrand no Parque Tecnológico Itaipu, na última sexta-feira, e tem como mote a necessidade vital de reconhecer o acesso à água potável para todos como um direito humano inalienável.
A campanha será oficialmente lançada na França no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). No Brasil, isso deverá ocorrer apenas em março do ano que vem, no Dia Mundial da Água, mas a iniciativa já conta com o apoio de diversos ambientalistas, artistas e personalidades, como Milton Nascimento, Malu Mader, Gilberto Gil e Cristiane Torloni e outros.
Depois de assinar o documento, Danielle presenteou os diretores da Itaipu com uma garrafa que será o principal objeto de divulgação da campanha e que foi especialmente desenhada para isso por Philippe Starck. Ela traz a inscrição: “Bem comum da Humanidade, água não tem preço”. “A garrafa é feita de plástico durável, inteiramente reciclável, e é fácil de carregar em uma bolsa, mochila ou mesmo no bolso do terno. A ideia é substituir as garrafinhas plásticas que poluem o meio ambiente”, explicou André Abreu, diretor da France Libertés no Brasil.
Em retribuição, os diretores presentearam Danielle com peças artesanais produzidas pelo programa Ñandeva. Depois da breve cerimônia realizada no CRV, a ativista visitou a usina. Também participou da cerimônia o reitor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Hélgio Trindade.
Criada em 1986, a Fundação France Libertés tem um histórico de defesa dos direitos humanos e de apoio a campanhas calcadas em princípios democráticos e de equidade. Nos últimos 10 anos, a ONG tem focado a defesa da água como um recurso vital para toda a população mundial, especialmente junto à ONU.
Na semana passada, a presidente da France Libertés visitou a Bacia Hidrográfica do Paraná 3, região formada por 29 municípios que são atendidos por ações socioambientais do programa Cultivando Água Boa, promovido pela Itaipu com diversos parceiros. Danielle Mitterrand conheceu de perto projetos como o Monitoramento Participativo realizado pelas próprias comunidades em seus rios, Coleta Solidária, que organiza e capacita cooperativas de coletores de materiais recicláveis, Agricultura Orgânica e Plantas Medicinais, e Sustentabilidade de Comunidades Indígenas.