Poucas vezes vi um campeonato ter uma final com dois times tão bem qualificados na tabela e nas quatro linhas do campo, dentro e fora desse retângulo, aliás.
Quase não deu para respirar!
Com todo “ôba-ôba” que tentaram fazer em cima da garotada do Santos, com essa história do “já ganhou”, eu francamente temia por uma quebra no ritmo alucinante que o Time da Vila vinha mantendo. Afinal, final é final desde que o mundo do futebol é mundo!
O Santo André não tinha nada a perder e, por isso mesmo – e brilhantemente – foi para cima do Alvinegro, com um time altamente eficiente e vibrante. Para piorar, Neymar, com o tornozelo e o olho machucados, não conseguia render quase nada.
Sair de campo perdendo por 1 x 0 foi lucro para o Santos, pois poderia ter levado mais gols, tanta foi a pressão do time do ABC.
Mas, se o técnico do Santo André havia montado um esquema de jogo “redondinho” e dado um semi-baile no Santos, o intervalo serviu para mostrar que Dorival Júnior tem o time na mão. Eu não queria ser uma “mosquinha” para ter estado no vestiário do Alvinegro, pois, provavelmente, teria sido mais uma vítima da fantástica bronca que ele deve ter dado no time.
Resultado: o Santos FC voltou arrasador na segunda etapa, com André e, fundamentalmente, Wesley protagonizando um “senhora virada”, daquelas de fazer amplamente jus à fama recente conquistada por esse time que tem encantado até os mais viscerais e obstinados adversários.
Parecia que assistiríamos mais uma goleada histórica, ainda mais quando um jogador do Santo André foi justamente expulso, pois já tinha um cartão amarelo e “gravata” não faz parte do uniforme de nenhum time de futebol. No entanto, o Santo André foi para cima, mostrando um brio difícil de encontrar até nos mais tradicionais clubes brasileiros.
Final: 2 x 3! E não deu para relaxar nem um segundo, nesta que foi uma das melhores partidas, não só deste Campeonato Paulista, como dos últimos tempos desse torneio tão desdenhado por uns, mas que nunca perdeu seu encanto, tanto que a “dor de cotovelo” está por aí, mais forte do que nunca.
Nada está definido, embora o Santos tenha ampliado ainda mais sua já boa vantagem, mostrando que, além de competência técnica e tática, também está crescendo em maturidade. O choro de Wesley, que está fora da última partida, é prova desse espírito que inunda o time do Peixe. E é nesse “mar” de bola o elenco tem nadado de braçada.
Mas o Santo André provou mais uma vez ser um adversário de altíssimo nível: técnico, aplicado, corajoso e incansável.
Assim, novas e grandes emoções nos aguardam na derradeira partida, no gramado e nas arquibancadas, como a maravilhosa homenagem da torcida santista aos grandes craques do passado.
Esse time tem: passado, presente e futuro!
Aguenta coração!
Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação
Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor