Nair Lúcia de Britto
publicado em 01/04/2010
As grandes ideias não surgem inesperadamente. Aquelas que são verdadeiras têm sempre seus precursores. Os precursores da Filosofia Espírita foram os filósofos Sócrates e Platão. Sócrates combatia o Paganismo e afirmava que Deus era um só e que a alma era imortal, mas nada escreveu a respeito. Quem escreveu sobre essas ideias, que se assemelham às ideias cristãs, foi seu discípulo Platão.
Segundo eles, o homem é uma alma encarnada. Isto é, reveste-se de um corpo físico durante sua passagem pela Terra. Antes de sua encarnação, a alma já existia e, ao encarnar, por vezes sente-se prisioneira e deseja se libertar.
Quando a alma se liga demasiado à matéria, inquieta-se. Mas, quando se liga à própria essência, ou seja, a tudo que é puro, sente-se reconfortada. A esse estado de alma é o que se denomina sabedoria. O verdadeiro sábio é aquele que sabe isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito. É o que igualmente ensina o Espiritismo.
Os excessos provenientes dos apetites e desejos carnais; temores e mil tolices sugeridos pelo corpo físico afastam o homem da sabedoria. Nesse caso, não conhecerá jamais a verdade ou virá a conhecê-la só depois da morte. As almas impuras ficam errantes, até retornarem à Terra em outro corpo físico; então, retomam os mesmos costumes terrestres de antes. A essas ideias de Sócrates, o Espiritismo acrescenta que, quando a alma toma boas resoluções na erraticidade e adquire novos conhecimentos, então ela reencarna com menos defeitos e mais virtudes. E assim, a cada reencarnação, a alma volta mais depurada intelectual e moralmente.
Se a morte representasse o desaparecimento total do homem, os maus estariam lucrando porque estariam livres de resgatar todas as suas dívidas provenientes de suas maldades. O Espiritismo mostra como é penosa a passagem dos homens maus, ao deixar a Terra. E que somente os bons nada têm a temer quando dão entrada na vida futura.
Sócrates e Platão ensinaram o que Jesus ensinaria 500 anos depois: nunca retribuir a injustiça com outra injustiça; nem o mal com o mal. Este é o princípio da caridade pura e da plena confiança na justiça de Deus.
“O amor está em toda parte na Natureza, que nos convida a exercitar a nossa inteligência; é encontrado até nos movimentos dos astros. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa sua morada lá onde encontra flores e perfumes.
É ainda o amor que dá paz aos homens, a calma ao mar, o silêncio aos ventos e o sono à dor.” (Platão)
Fonte de Pesquisa: O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec