Maria do Socorro Ricardo
publicado em 03/01/2010
São as crônicas quem delineiam e ampliam os municípios, os Estados da federação, o Brasil e os Estados-nações. Santana do Ipanema, AL, privilegia-se com seu número de cronistas ocasionais ou por paixão. Se fosse elencá-los desde Oscar Silva, o espaço seria outro; presentes na web José Malta Neto, Clerisvaldo B. Chagas, Valter Filho, Fábio, Sérgio e Fernando Campos, Maikel Marques, Augusto Ferreira, Carlindo de Lira, M. R. Almeida, Djalma de Melo, João Neto, José Alécio, Manoel Augusto, Luciene Amaral, Rogivaldo Chagas, Sibele Arroxellas, Capiá, Suzy Maurício, Remi Bastos, Fernando Valões, Eduardo Bonfin, Luiz Vilar, Roberto Gonçalves. Há três décadas, entretanto, estes dois escritores santanenses (Clerisvaldo e Djalma) têm nas crônicas a similitude que motiva aproximá-los nesse gênero e neste ensaio. Tanto um quanto o outro possui uma vontade própria de aprisionar o tempo dele e onde os outros são personagens. Ambos convivem com a crônica segundo a sensibilidade e competência literária de cada um. Se crônica, um termo grego de personagem mitológica que devora o tempo (Cronos ou Khrónos), ganha liberdade na inventiva criação de vários escritores e tendo se separado do rigor histórico no século XVI indo ocupar colunas de jornais no século XIX, o que fará da crônica uma peça literária serão os argumentos autorais. A narração está para o texto como colunas que sustentam a estrutura dos imóveis. O cotidiano é o espírito da crônica que, apesar de inovações, preserva o espaço, o tempo como principal aliado, a realidade onde o narrador interfere e, principalmente, o conteúdo.
Atração (porque a crônica os atrai) de opostos (pois são autores diferentes) em dois escritores de Santana do Ipanema: dimensão histórica como documento literário nos escritos de Clerisvaldo e Djalma, ambos registram o tempo ao seu tempo. Clerisvaldo B. Chagas colabou no programa radiofônico de França Filho, na Correio do Sertão, em Santana, escrevendo crônicas e, atualmente, escreve-as no provedor santanaoxente.com; Djalma de Melo Carvalho colaborava no Jornal de Alagoas, em Maceió, escrevendo crônicas e, hoje, escreve-as em O Jornal, na capital alagoana, e no provedor santanense maltanet.com.br para depois reuni-las em coletâneas. As coletâneas de crônicas de Djalma são reunidas em livros, como “Festas de Santana”, “Caminhada”, “Chuviscos de Prata”, “Águas do Gravatá”, “Chuva no Telhado” e “Ventos e Trovoadas”. As crônicas de Clerisvaldo não estão reunidas em livros. A crônica, este gênero brasileiro facilmente encontrado nas redações de jornais, filha da subjetividade de quem a escreve (comparem os cronistas publicados na web; e na web encontram-se as crônicas de Clerisvaldo e Djalma) suas impressões em um texto curto.
No universo de dezenas e dezenas de escritores e aspirantes a escritores nascidos e criados em Santana do Ipanema – ou com água de cisterna, água do Panema ou com água do São Francisco –, AL, que, por circunstâncias diversas, deixaram a cidade indo, quem sabe, na BR-316 ou AL-130 em direção a Maceió ou outros municípios brasileiros, dois deles não se desligam de Santana em sua literatura: Djalma de Melo Carvalho (1938) e Clerisvaldo B. Chagas (1946). Este romancista autor de “Ribeira do Panema” (de 1977) – sobre um tempo de coronelismo, este romance é a fotografia viva do Sertão alagoano onde o autor joga com narrativas urbanas e rurais do município de Santana do Ipanema – e “Defunto Perfumado” (de 1982) – é a estória de “um devoto que pretende a todo custo construir uma igrejinha no cimo de um serrote nas terras de um coronel latifundiário. Morto em tiroteio e sepultado no serrote, Mestre Bilu começa a exalar o campo e a atrair as mais diferentes personagens do Estado em meio a fanáticos, cangaceiros, jagunços, religiosos e policiais, no cenário dos anos trinta” (sic) do século XX. E ainda inéditos “Deuses de Mandacaru” e “Fazenda Lajeado”, romances nordestinos, além de outros títulos escritos em diferentes gêneros. Na opinião de Clerisvaldo: “Estamos 50 anos além do tempo em Santana. A cidade também tem um ditado antigo: ‘Nada vai pra frente’. Eu sempre me pergunto o que estou fazendo aqui? Vamos aguardar. Claro que se der certo seu nome estará no meio”. Prossegue o escritor que nunca trocou Santana por nenhuma outra cidade, dizendo: “Tenho quatro romances do ciclo do cangaço. Além dos dois acima, ‘Deuses de Mandacaru’, com prefácio do saudoso Carlos Moliterno, presidente da Academia Alagoas de Letras e o ‘Fazenda Lajeado’. Para mim, o meu melhor trabalho (está sem apresentador). São esses que quero levá-los até ao cinema ou à televisão. Pretendo encerrar, talvez, esse tipo de romance, resgatando a figura do rastejador que será o protagonista do novo livro que nem iniciei. Para Clerisvaldo, o artista das letras está sempre inquieto e, às vezes, estamos dormindo e nos chegam frases de efeito, versos e ideias. Acordamos e corremos para o papel.
Sabe-se que há um século e meio que a literatura regionalista encontra-se nos textos de escritores brasileiros. O universo literário de Clerisvaldo B. Chagas é um universo literário regionalista. Clerisvaldo é um escritor que filtra o Sertão em vários sertões nos sentidos semânticos, simbólicos, geográficos e etimológico. A substância de pessoalidades e peculiaridades nordestinas está presente na literatura do santanense Clerisvaldo B. Chagas. Substância de pessoalidades e peculiaridades alagoanas, sertanejas, principalmente encontradas em Santana do Ipanema e em seu entorno. Oscar Silva coloriu Santana com cores oscar-silva. Cada escritor santanense colore a sua Santana do Ipanema com as suas próprias cores. Literatura Regional é a literatura que diz eu sou do Brasil. Não revisarei o conceito de Literatura Regionalista; há regionalismos e regionalismos; tentar justificar que o bom regionalismo não é universal é assinar o atestado de que na Terra uma parte do planeta é ocupada por seres humanos e em outras geografias do mesmo mundo moram alienígenas. Ao escrever, o escritor escreve sobre os sentimentos de um mesmo mundo; certamente de etnias diversificadas, todavia, etnia não é literatura. A Literatura Regionalista se mantém viva desde a publicação de José de Alencar. O mercado rotula os livros regionalistas e esta mesma tentativa está nas gôndolas das locadoras de DVDs ou Blu-ray na tentativa de separar filmes por gêneros. Esta Literatura Regionalista é a literatura que dialoga com vários brasis. O espaço na literatura de Clerisvaldo ilumina com olhares da poesia, porque o autor também é poeta, foca sobre a Geografia e a História, por ambas ciências serem de seu dia-a-dia, além de suas incursões no jornalismo diário, quando trabalhou a convite da família Ricardo Almeida para editorar o Jornal do Sertão (primeiro e único jornal diário em Santana do Ipanema, na década de oitenta, no século passado), e o seu apego a Santana e as coisas do Sertão aos quais se mantém preso.
Eu entrevistei Clerisvaldo B. Chagas, por e-mail, que considerou meus “bons propósitos e honestidade” (sic), sendo o objeto de minhas pesquisas pontuar estes dois escritores santanenses (Clerisvaldo e Djalma) e a dimensão histórica como documento literário de suas criações. Clerisvaldo ao ser questionado sobre (1) Quando você escreveu o primeiro texto e disse a si mesmo: “Esse merece ser publicado”? Ele me respondeu: Quando estudava a 5ª série escrevi sobre o Sertão e recebi um elogio diante de toda a turma, pelo professor de Português. Daí, eu quis que toda à cidade lesse o texto. Era o início de tudo. (2) Há um livro que não poderá deixar de ser lido nunca, qual e por quê? A Bíblia Sagrada, notadamente os Evangelhos, porque ensinam a viver para os homens e para Deus. (3) Com quais palavras você definiria você? Em relação a minha terra, um homem à frente no tempo, por isso mesmo cavalgando solitário. (4) Alagoas sempre se orgulhou do seu nome no cenário literário mundial. Hoje se vislumbram novos talentos com a força dos antigos? Claro. Afirmando um poeta cordelista: Deus espalhou essa semente. Escrever – todos escrevem – porém, o verdadeiro escritor não pincela em preto e branco. (5) Eu publiquei que Santana é Terra de Escritores. Quais sugestões você apontaria aos novos escritores santanenses? Nenhuma. Cada escritor deverá experimentar os diversos caminhos oferecidos e seguir a intuição. (6) É verdade que os alunos das escolas santanenses estudam a literatura dos escritores de Santana do Ipanema? Nunca tomei conhecimento disso. (7) Os livreiros, editores, bibliotecas e escolas do ensino básico veem o livro de quais maneiras? Três agem com razão/Editores com cifrão. (8) A cidade poderia recepcionar os visitantes com placas com nomes dos escritores e ruas e praças que os homenageassem? Por que não? (9) Os poderes santanenses Executivo e Legislativo têm compromisso com artistas locais? Com escritor não, a não ser compadres. (10) Há uma resistência histórica da mídia em publicar os textos dos poetas e escritores. Santana participa desta mesma resistência ou programas radiofônicos leem poesias, crônicas e contos de seus escritores durante a programação? Continua a resistência, pelo mesmo motivo pelo qual Jesus foi acusado e morto. (11) Como os escritores devem ser lembrados? Como os que eles são: heróis. (12) Uma academia de letras não existe apenas para os seus participantes; geralmente, as academias de letras são fundadas para divulgação da literatura, para fazerem os escritores chegarem nas mãos do povo. Quais são as preocupações políticas da agremiação literária da qual você faz parte? Hoje faço parte somente da agremiação universal. Seu objetivo é tornar mais feliz o gênero humano. (13) Alguns escritores ficam em um único livro; outros passam a vida fazendo os seus livros. Como você avalia o fazer livros? Isso é relativo. Um único livro pode ser um sucesso absoluto. E às vezes inúmeros livros são apenas inúmeros livros. Conheço escritores com muito mais de uma centena, nenhuma obra tem destaque especial. Quais são os outros livros publicados por Euclides da Cunha ou Augusto dos Anjos? Porém, pode haver sucesso com vários deles, como Graciliano, por exemplo. Entretanto por mais que ele fizesse nada superaria “Vidas Secas”. (14) Quais os livros que você reler? Não costumo reler nenhum livro, nem meu nem alheio. Mas os evangelhos não são livros comuns, são medicamentos à parte.
Estas foram às impressões do romancista sertanejo Clerisvaldo B. Chagas sobre o fazer literário neste limiar do século XXI. O escritor, falando sobre o seu fazer literário, disse que o conto “João-Sem-Rumo” nasceu assim: Eu estava quase dormindo, pensando o que escrever como crônica para o dia seguinte; de repente, eu fui assaltado pela metade do tema que escrevi. Nunca pensei sair um conto, enquanto eu procurava uma crônica. Corri ao papel, escrevi com facilidade a água que jorrava, e a outra metade fui imaginando. A primeira ideia chegou como um conto diante da coroa de espinhos do Cristo; depois mudou rapidamente de rumo e me levou para uma noite escura, deserta e chuvosa. “João-Sem-Rumo” só veio surgir na metade do trabalho, naturalmente. O nome “João-Sem-Rumo” é fictício. Talvez pela veia poética que tenho, “João-Sem-Rumo” veio poético. Na elaboração do conto, não consegui me livrar da poesia na prosa, por mais que quisesse; daí, a justificativa ao personagem que vai misturando o pensamento nessa mesclagem e, mesmo nessa armadilha, eu senti que talvez estivesse criando um novo estilo brasileiro de conto.
O escritor escreve dizendo que “Ninguém leu mais do que Clerisvaldo em Santana. Entretanto, quando comecei a escrever, nunca mais li nada. Um dia, vi em uma revista um autor famoso afirmando isso, que não mais lia, só escrevia. Nunca li uma obra sequer do autor de ‘Grandes Sertões Veredas’. Meu estilo de escrever está nos meus romances. Não pretendo escrever contos. Esse foi um negócio que deu. Nem mesmo nas crônicas, que são escritos curtos e objetivos, consigo totalmente impor minha marca romanesca. Sei que até arrisquei a pele, publicando o conto de primeira, mas viver é correr riscos. Pode ser que eu tenha lido alguma coisa dele (Carlos Drummond de Andrade), perdida. Não conheço suas obras, porque não tenho interesse. Todo personagem tem um pouco do seu criador. São dois tipos de trabalho. Quando você escreve sem inspiração e quando você está inspirado. Neste caso, eu já contei como aconteceu. Do jeito volumoso como chegou a inspiração, eu escrevi. Depois achei que eu estava criando, sem querer, um novo estilo também de escrever. Sinceramente, não conheço coisas assim. Depois, é claro, fiz como o ourives, fui lapidando como diria Olavo Bilac. Já dizia o saudoso vate repentista Zezinho da Divisão, que todo poeta é sistemático”.
Diferente de Clerisvaldo B. Chagas, a literatura de Djalma de Melo Carvalho é um documento histórico binário porque, ao mesmo tempo em que as suas narrativas registram lendas urbanas, mitos santanenses, a biografia de sertanejo ilustre, notas e impressões sobre algum livro publicado por um de seus amigos, acontecimentos do dia-a-dia, o autor surge nas crônicas ora como protagonista, ora como um ator social em seu elenco de personagens. O escritor Djalma, agora, com “Ventos e Trovoadas” (de 2009), depois de “Festas de Santana” (de 1977), “Caminhada” (de 1994), “Chuvisco de Prata” (de 2000), “Chuvas Passageiras” (de 2003), “Águas do Gravatá” (de 2005) e “Chuva no Telhado” (de 2007). A água aminoácida continua nas crônicas do sertanejo santanense, não diria uma água panêmica, arrisco falar sobre a simbologia da água na obra de meu conterrâneo, após os comentários de Costa onde “Disse que a geografia sertaneja é recheada de topônimos que lembram água, o bem mais precioso: Olho D´Água das Flores ou do Casado, Dois Riachos, Água Branca, Minador do Negrão, Cacimbinhas” (sic). O poeta da cinquentenária Academia Maceioense de Letras termina o comentário aos nomes dos livros de Djalma, com exceção aos dois primeiros, batizando-os de “títulos molhados”.
Em reflexão mais cuidadosa, portanto, com os pingos nos is, a literatura do santanense Djalma é um documento histórico binário. Na primeira parte, a história privada do autor, e na segunda, a história pública de Santana. Com isto, Santana do Ipanema, AL, que foi notícia nas linhas de Brenno Accioly, na primeira metade do século XX, e de Oscar Silva, continua sendo história nas últimas décadas do mesmo século com Djalma se considerar a regularidade de suas publicações, sobretudo narrando a vida de sua cidade maternal. No entanto, esta primeira parte da literatura de Djalma, ou seja, a história privada do autor, é ela quem faz os seus “títulos molhados”. A imagem da água para quem durante a infância viveu no clima da Mata Atlântica jamais se igualará a quem viveu dentro do Sertão. Essa imagem da água supera o autor que, inconformado em representá-la uma vez com “Chuvisco de Prata” (de 2000), ele prossegue sedento e intitula o próximo como “Chuvas Passageiras” (de 2003), e ainda sem conseguir matar a sede dá outro “título molhado” ao próximo livro “Águas do Gravatá” (de 2005) como se essa sede não tivesse fim, essa ligação com uma água simbólica, uma água que lhe faltara em algum momento de suas reminiscências, Djalma não satisfeito traz a lume “Chuva no Telhado” (de 2007) e, como o escritor da água, publica “Ventos e Trovoadas” (de 2009). Mesmo que o seu próximo título não seja associado à água, Djalma é o escritor da água, escritor político em sua simbologia aquosa protesta querendo água em Santana do Ipanema. Não uma água tardia, não uma água fictícia de cujas torneiras na rede hidráulica da cidade só se escuta o vento.
A força da imagem da água presente em Djalma quão presente à história da água em Santana do Ipanema. Os títulos de Djalma possuem significados em níveis diferentes. Mas, o que leva o autor a renovar os títulos metafóricos com trovoadas, chuva, águas, chuvas, chuviscos? A semântica utilizada nas obras do escritor santanense está associada à limpeza, a lágrima, bebida, ruído, religião por causa do batismo, e uma infinidade de outros signos a exemplo da própria vida. A vida de um sertanejo para o qual a água representa motivo de alegria, de vitória, de renascimento e de satisfação, os títulos nos livros de Djalma são empregos de palavras com sentidos diferentes. Por analogia, chuva não quer dizer chuva, águas não querem dizer águas, trovoadas não são trovoadas, chuvas não são chuvas, nem chuviscos são chuviscos, pois ele talvez nunca conseguiu separar seus elementos associados na sua memória de sertanejo, memória de Santana e de seus embates por causa da água. Observe que, nesta literatura de condições atmosféricas, Djalma começa com “chuviscos de prata”, para em seguida publicar “chuvas passageiras” e depois “águas do gravatá” até “chuva no telhado” e chega por fim “ventos e trovoadas”. O escritor inicia com chuva em pequenas gostas, e estas gotas se transformam em chuvas passageiras que, no entanto, fazem águas no Gravatá, chuva no telhado, ventos e trovoadas. Há uma mudança no clima, isto é, nos títulos de Djalma de Melo Carvalho.
Em sua atividade bancária, Djalma ouviu de matutos as mazelas do clima, as crises econômicas por ausência de chuva. Quem recorreu ao empréstimo não ia conseguir saldar sua dívida em um ano sem chuva. Nas conversas na cidade, a palavra água e a palavra chuva têm uma força capaz de produzir mudanças, de transmitir impressões severas; as palavras água e chuva servem para encorajar o comércio santanense e as atividades agropecuárias. Não é de se surpreender se o próximo livro de Djalma vier sob outro nome associado ao composto de oxigênio e hidrogênio. Em outros lugares, em outros escritores, as palavras água e chuva significam água e chuva, para Djalma de Melo água e chuva não têm significado de água e chuva apenas, pois é sempre mais. Há um viés a ser, literariamente, observado, e essa obliquidade poderá ser entendida em suas crônicas sobre a cidade de Santana do Ipanema, distante a mais de 200km de Maceió.
Eu conversei com Djalma, esses dias, por e-mail, e ele me revelou ter dedicado-se à crônica. “Escrevo por diletantismo procurando preencher a vida de aposentado. Se não for tanta pretensão, tento ocupar o espaço deixado por Oscar Silva, o grande escritor santanense de um legado literário da melhor qualidade. Em cada livro escrito, deixo nele um pedaço de minha vida, em forma de memórias, em meio aos retratos do cotidiano, às histórias da gente de nossa terra: Santana do Ipanema. Assim, aproveito e vou contando, também e em retalhos, a história da cidade, suas tradições mais caras, seus valores”. Em outro e-mail, Djalma se confessou incentivado e aponta esta minha pesquisa ao seu trabalho de meio século escrevendo o pitoresco em Santana como exegese literária: “Sobre meus propósitos como divulgador das coisas e gente de nossa cidade. E a sua reflexão cuidadosa”. Em minhas considerações finais, Clerisvaldo e Djalma, este é um ensaio sobre a crônica escrita para Santana do Ipanema ser lembrada além de Santana do Ipanema, AL. E, por e-mail, Clerisvaldo me escreve “que adorei o seu trabalho. Fiquei extasiado com esse documento que mostra força, sinceridade e sabedoria” (sic). O meu compromisso de escritora e pesquisadora é o de gravar as minhas impressões sobre o capital intelectual presente em Santana do Ipanema. O potencial criativo da literatura santanense tem o poder em transformar com sua capacidade produtiva; este capital intelectual ao qual me refiro está presente nos textos produzidos por escritores veteranos e escritores emergentes de Santana do Ipanema.
AS MINHAS IMPRESSÕES SOBRE O CAPITAL INTELECTUAL EM SANTANA DO IPANEMA