Apesar de experiências ditas pré-históricas a fotografia mesmo surgiu no verão de 1826, na França, através do inventor e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce e dois anos depois com Louis Daguerre, de Paris, que mostrou seu interesse em gravar imagens. Em 1829, tornaram-se sócios, mas Niépce morre em 1833.
Em 7 de janeiro de 1839, Louis Daguerre comunica à Academia Francesa de Ciências um processo que originava as fotografias ou os daguerreótipos que eram imagens impressas em lâminas de vidro, sendo que alguns exemplares delas podem ser vistos no Museu Bi Moreira, em Lavras.
Começou então o grande sucesso da fotografia que tornou-se uma teconologia em ascensão.
Homens estranhos, com verdadeiras trapizongas nos ombros começaram a registrar imagens, a princípio no ar livre e logo a seguir em estúdios improvisados, utilizando-se da iluminação de magnésio.
Até então a fotografia era considerada por muitos uma atividade ligada a magia, capaz de apreender a alma das pessoas e muitos se opunham a se expor as lentes primitivas.
Mas foi em 1988 que o norte-americano George Eastman deu um caráter industrial ao invento e popularizou a fotografia com a câmera Kodak., leve e fácil de usar. Com a vantagem de poderem as fotos serem processadas em um laboratório profissional.
Como o sistema era muito eficiente o homem passava a contar com uma visão própria das coisas do mundo, independente da interpretação do estilo dos pintores.
No final da década de 50, minha irmã Sueli conseguiu seu primeiro emprego e surgiu em nossa casa com um caixotinho, uma máquina fotográfica Kapsa, de fabricação brasileira, mas bem eficiente. que lhe permitiu formar álbuns de flagrantes de sua juventude. E me deixar cada vez mais curioso com os mistérios da fotografia.
Aos poucos fui entendendo que aqueles aparelhos maravilhosos, as câmeras Pentax, Canon, Nikon e outras que eram nosso objeto de desejo podiam além de registrar momentos únicos, ser capazes de permitir várias interpretações do cotidiano.
Foi o tempo de admirar e estudar as composições do francês Henry Cartier-Bresson, que criou paulatinamente uma nova linguagem.
Depois disso enfrentei a fase da necessidade de conhecer todas as técnicas de laboratório e os melhores equipamentos.
E uma visão estética de tudo que se poderia fotografar.
Junto com Maurício Andrés Ribeiros, um talentoso fotografo, e outros amigos acabei evoluindo para o cinema, a imagem em movimento.
Mas a evolução tecnológica e industrial não para e com o desenvolvimento da eletrônica surgiu a fotografia digital.
E como era um método seguro, sem muitos detalhes, barato, de captar imagens acabou banalizando-se.
Hoje eu que me recusei a participar dessa mania globalizada capitulei e ando por todos os cantos com uma maquininha digital que resolve meus problemas imediatos.
Porém não abandonei as idéias de Henry Cartier-Bresson:
“A fotografia por si só não me interessa, mas a reportagem sim, a comunicação entre o mundo e o homem com este instrumento maravilhoso do tamanho da mão que nos faz passar desapercebidos. E assim participamos. É uma dança entende? É uma grande alegria fotografar assim”.
Pois é preciso sempre lançar um novo olhar em derredor de nós e esquecer de nossos umbigos…