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O peso da nossa Alma

Cada um vive como pode e como quer, dizia-me o Azulão, meu amigo, servente de pedreiro e meu filosofo de plantão.
Gosto de passar os dias a resolver aqueles problemas comezinhos, quase sempre cansativos, mas necessários, num correria sem fim entre compras, dentistas, médicos, tempo perdido nos bancos e conversa fiada com os amigos na Jade Joalheria e na Praça Augusto Silva, a sombra de suas árvores frondosas.
As noites e as madrugadas são especiais, de maior intimidade, introspecção e momentos em que libero toda a minha criatividade.
Agora, mais do que nunca, isso vai acontecer, pois estou resgatando um velho sonho de plantar no nosso pequeno jardim uma dama-da-noite, que pensava ser uma bromélia e agora vim saber que é um arbusto, que exala um aroma inebriante de suas flores…
Pesquisando para um projeto de um novo romance sou obrigado a conviver com o fio da navalha representado pelos limites entre o bem e o mal, o que não é grande novidade, pois esses pontos críticos da condição humana estão presentes a séculos na produção intelectual.
Para tipificar tais personalidades não basta examinar a conduta de um assassino qualquer ou a bondade da velhinha da esquina.
É preciso aprofundar o máximo possível e estudar ícones como o austríaco Adolf Hitler e a cândida Madre Teresa de Calcutá e com perspicácia separar atitudes humanas das sobrenaturais.
Nessa azáfama dou de cara com uma informação científica que conhecia de muito tempo atrás e não me recordava mais de onde havia lido.
Todos nós sabemos de cor e salteado o peso desta massa material, mais ou menos harmônica que é o nosso corpo. Somos fanáticos por uma balança de farmácia.
Porém, se concordamos que existem forças extras físicas que determinam nossas ações no Planeta Azul, somos obrigados a aceitar que sejam denominados de Espíritos ou Almas.
Para os espíritas a Alma é o Espírito reencarnado.
Essas são deduções até mesmo fáceis de ser aceitas sobre o ponto de vista filosófico ou religioso por qualquer um de nós.
No entanto, esta espécie que evoluiu e conseguiu progressos que nenhuma outra alcançou não se satisfaz com meras deduções e num mundo altamente tecnológico queremos provas cabais de tudo que nos envolve.
Em 1902, em Massachusetts, o cientista Dr. Duncan Mac Dougall, acompanhou seis tuberculosos em estado terminal até o último momento e verificou que todos apresentaram uma perda de peso aproximada de 21 gramas, equivalente ao de um beija-flor. O mais curioso é que fez o mesmo experimento em animais e o fato não ocorreu.
Existem milhares de conjeturas que podem justificar esta perda de 21 gramas na massa corpórea na hora da morte.
Mesmo na dúvida, constato que a existência da Alma ou Espírito será um dia comprovada de forma mais cabal.
E tenho a certeza que sua existência em determinadas pessoas vem a tona com mais facilidade.
É o caso do companheiro Martiniano, das andanças da “Campanha do Quilo” pela cidade, sempre com um livro a tiracolo e uma idéia na cabeça, absolutamente convicto das suas idéias espíritas.
E da Aná, irmã do meu amigo Herculano Pinto, católica convicta e que em tempos outros que passei pela Rádio Cultura de Lavras me presenteou com uma pequena imagem de Santa Clara, protetora da comunicação e que repousa desde então em uma posição privilegiada no meu quarto.
A ausência dessas Almas/Espíritos que nos deixaram cheios de saudades e recordações e de suas atitudes exemplares diante da Vida será sempre lembrada independentemente de qualquer comprovação física ou não de sua existência…
Pedro Coimbra
ppadua@navinet.com.br

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