Artigo: Você não precisa comprar para ser bem atendido… Ou será que precisa? |
Se você questionar à um profissional de vendas se a abordagem que realiza tem como principal direcionamento o produto, ou a abordagem é centrada no cliente, qual será a resposta? Pode parecer assustador, mas há pessoas que atuam no contato direto com o cliente, pessoalmente ou por telefone, que podem demorar um bom tempo para responder esta pergunta, pois na realidade, somente oferecem um bom atendimento se o comprador demonstrar algum sinal de compra. Quando a pessoa direciona a abordagem no produto, transforma a apresentação em um monólogo, com a ação direta de prometer muito e fazer na prática pouco. Entretanto, quando a pessoa direciona a abordagem comercial para um diálogo interativo, com habilidade para realizar perguntas e envolver o cliente, transforma a apresentação em uma conversa agradável e, como resultado, conquista a credibilidade de prometer o essencial e assumir o que foi acordado. Perceba que há duas opções de abordagem, no entanto, o profissional que atua em vendas, jamais deve prestar um bom atendimento somente ao cliente que demonstrar interesse de compra. Há vendedores, balconistas e gestores de vendas que gostam de afirmar que o diálogo com o cliente, mais parece um brainstorm do que propriamente a ação de vender. Em outra perspectiva, há pessoas despreparadas, que não são capazes de realizar um esforço para mostrar um diferencial, se o cliente logo no início do contato comentou que esqueceu a carteira com o talão de cheque e os cartões de crédito em casa. Parece incrível, mas existem pessoas mal preparadas para atender que ao contrário de atrair clientes, são capazes de afastar para sempre o consumidor, principalmente por não praticar um bom atendimento. Realize a leitura, aplique as duas sugestões a seguir e perceba que o cliente, não precisa comprar para levar da sua empresa, uma imagem positiva com credibilidade, valorização de relacionamento e desejo de voltar. Exercitar o treinamento de ouvir com sintonia fina – Quando era criança, lembro que meu avô, tinha apoiado em uma estante, um rádio de madeira que funcionava através de sistemas de válvulas. Cada frequência de rádio exigia o esforço de girar o botão da sintonia fina para encontrar a perfeição. O detalhe é que minha avó tinha como hábito ouvir a missa e meu avô, assim que terminava a celebração, girava os botões para sintonizar outras estações de rádio. Ao recordar este fato da minha infância, percebo que cada cliente requer um esforço de encontrar a sintonia perfeita através do diálogo e da empatia. Note que quando duas lojas vendem o mesmo produto, com o mesmo preço, o que faz a diferença é o atendimento oferecido pelo profissional de vendas. Quantas vezes você comprou algo que não precisava, mas o atendimento fez a diferença? Quantas vezes você pagou um pouco mais, pois o atendimento justificou? E na sua equipe de vendas, as pessoas percebem que cada cliente exige a adaptação de uma sintonia fina? Praticam o exercício de ouvir atentamente as reais necessidades dos clientes? Exercitar o treinamento de transformar o curioso em comprador – Quem trabalha no comércio varejista, com certeza já ouviu o cliente responder que somente está dando uma olhadinha. Deixar o consumidor observar a mercadoria é algo aceitável, mas a ação inaceitável é abandonar o cliente no interior da loja. O grande desafio está em transformar o curioso cliente em um comprador. Perceba que em muitas ocasiões, desejamos realizar uma campanha de vendas com o nosso entendimento, não com o pensamento e desejo do cliente. Percebeu a diferença? Para transformar o curioso em comprador é necessário usar empatia e observar a situação comercial com os olhos do cliente, para que desta maneira, seja possível entender o ponto de vista do consumidor. Em alguns casos, um cliente pode entrar na loja por ser um curioso, mas passa a ser um comprador quando percebe a aproximação coesa de abordagem, atenção, cortesia e respeito. O cliente não precisa comprar para ser bem atendido e a forma mais eficaz de descobrir o que realmente o cliente deseja, está centrada na ação de fazer o consumidor descrever suas necessidades e o que verdadeiramente deseja adquirir. Observe que quando um cliente entra na loja e, por algum motivo não realiza a compra, acaba por levar da sua empresa alguma imagem sobre atendimento, a organização, o clima de trabalho, a limpeza e o cuidado dos funcionários com a apresentação e zelo pelos produtos. Quantas vezes você já foi a algum lugar e desistiu de comprar, pois as pessoas estavam descontentes com o trabalho? Quantas vezes você entrou em uma loja e não comprou, pois o vendedor esqueceu de planejar uma venda futura? Aplique as duas sugestões apresentadas e perceba que ao melhorar o diálogo com o cliente, aumenta o resultado no envolvimento com a marca, com a empresa e com o atendimento oferecido.
Dalmir Sant’Anna – palestrante na área comportamental, mestrando em Administração de Empresas (Univali), pós-graduado em Gestão de Pessoas (Univali), bacharel em Comunicação Social (Ielusc), mágico profissional. Visite o site: http://www.dalmir.com.br |