Os filhotes foram apreendidos pela Polícia Federal na noite da última quinta-feira 12 no quilômetro 78 da Via Dutra, na altura da cidade de Roseiras. Eles estavam em uma mochila no interior de um ônibus que ia para Vitória (ES). A origem das tartarugas ainda é desconhecida, mas o Ibama acredita que elas sejam provenientes de criadouros clandestinos. “São animais fáceis de ser criados e, nas chamadas ‘feiras de rolo’, podem custar de 10 a 50 reais. Mas depois que elas crescem, muita gente as abandona”, diz Daniel.
A chegada das 595 tartarugas ao Ibama de Lorena mostra um trabalho de preservação da natureza desconhecido por muitos. Com 13 funcionários e contando com a ajuda de voluntários, o Instituto do Ibama tem o único Centro de Triagem de animais do estado de São Paulo. É para lá que são levados os animais apreendidos, que depois são devolvidos à natureza. A maioria dos animais que chega ao Ibama para triagem são aves (90%), mas o órgão também recebe répteis, serpentes e primatas. “Chegamos a receber cerca de 30 caranguejeiras do Instituto Butantã para serem devolvidas à mata”, conta Daniel. O Instituto do Ibama recebe em média 1.500 animais ao ano.
Com uma localização privilegiada, o instituto fica na Floresta Nacional de Lorena, que tem 250 hectares de Mata Atlântica e em 2002 foi escolhido para ser uma unidade de conservação e educação ambiental. “Hoje o local pertence ao Instituto Chico Mendes e nós ficamos dentro dessa área. Somos como o Vaticano dentro da Itália”, brinca o analista do Ibama