O SPED – Sistema Público de Escrituração Digital surge como nova realidade fiscal para as empresas brasileiras. Esse cenário não se resume somente a implantação da NF-e (Nota Fiscal Eletrônica), EFD (Escrituração Fiscal Digital) e ECD (Escrituração Contábil Digital), contempla também mais obrigatoriedades que chegarão num futuro próximo como e-Lalur, NF-s, e-folha e e-previdência.
Para o desenvolvimento dos softwares fiscais que atenderão as obrigatoriedades são necessários conhecimentos específicos (acadêmico e prático) das áreas de tecnologia, contábil e fiscal, ente outras. Reunidos todos estes conhecimentos, eles precisam ser unificados em um software com alto desempenho de processamento, flexibilidade para se integrar a qualquer ERP e que trabalhe em qualquer sistema operacional (Windows ou Linux); estes simples detalhes podem impactar em custos adicionais, caso a empresa decida mudar seu ambiente ou atualizar versões do sistema operacional.
Agora tem início o desafio para os gestores que precisam fazer opção por uma solução fiscal. O desenvolvimento de software é uma atividade caótica, normalmente identificada como “codificar e consertar”. Antes de iniciar o desenvolvimento do software deve ser realizada uma avaliação minuciosa de todo o cenário fiscal e tecnológico para desenvolvimento de uma arquitetura eficiente e ágil que habilite o ambiente tecnológico da empresa a receber mais obrigações fiscais quando ela entrar na obrigatoriedade, sem a criação de conexões extras ou investimento para remendar soluções mal dimensionadas.
Pensando em soluções fiscais em relação à tomada de decisão para aquisição de uma solução, a escolha deve contemplar a tecnologia na qual a solução foi desenvolvida, avaliar o ambiente operacional da empresa e se a solução está preparada para mudanças de sistemas.
Alta disponibilidade, performance, escalabilidade e confiabilidade das informações processadas são requisitos essenciais da solução escolhida e devem estar em primeiro plano, sempre que se pensar em qual modelo de sistema melhor atende a necessidade da empresa.
Para ilustrar esse cenário sabemos que existem empresas cujo processamento mensal de NF-e chega à casa de milhões de unidades emitidas e, nesses casos, um conceito de escalabilidade torna-se um pré-requisito essencial para qualquer solução fiscal. Isto significa que a solução deve saber gerenciar e explorar os recursos de memória, processadores e o número de servidores disponíveis sem deixar que a velocidade se degrade quando aumentar a demanda por processamento de dados, afinal, o processo de NF-e é missão critica e, uma vez paralisado, a empresa deixa de emitir faturamento.
Confiabilidade também é outro requisito importante a ser considerado. É fundamental garantir integridade e assegurar que as informações que estão sendo enviadas e recebidas terão seu processamento feito por completo quando ocorrer alguma pane de equipamentos, queda de servidores ou outro fator que possa acarretar no comprometimento do serviço, possibilitando a retomada do processamento sem nenhum prejuízo dos dados pendentes.
Se hoje a empresa tem um parque de servidores trabalhando em Windows, a solução adotada deve estar apta para uma possível mudança de ambiente tecnológico. Por exemplo, alterar os servidores com Windows para Linux ou vice-versa sem a necessidade de reescrita de código da aplicação em um processo transparente para o cliente e sem custos adicionais.
E também outros fatores como banco de dados, servidores de aplicação e sistemas operacionais devem ser levados em conta, mais precisamente, o quanto a solução adotada é extensível e ajustável para mudanças destes cenários dentro da empresa.
A decisão da solução fiscal abrange um universo muito grande de variáveis que devem ser avaliadas como tecnologia de desenvolvimento, integração com ERP, atualizações das versões e mudanças de sistema operacional para que não sejam feitos investimentos em tecnologias ultrapassadas ou a aquisição de sistemas incompatíveis com as necessidades do cliente.
Bruno Targino é especialista em gestão Empresarial e de TI e Gerente da Combillin – Soluções Fiscais