O escritor português José Saramago – Prêmio Nobel de Literatura de 1998 – em recente entrevista a um jornalista brasileiro (agora aqui com meus carcomidos botões não lembro o nome, mas é funcionário da Globo News) soltou seus verbos contra os especuladores que estão levando milhares de pessoas no mundo todo ao desemprego e desespero.
Concordo plenamente com o letrista de Memorial do Convento. Por conta de uns poucos gananciosos, especuladores, já com os bolsos repletos de dinheiro ganho às custas do sofrimento alheio, estamos sendo chamados a pagar por uma crise que não construímos….
Toma lá dinheiro público para socorrer os assassinos!
Aos mortos, só a cova. Aos que restaram em pé, famélicos, a benevolência estatal.
À sombra mais escura da grave crise da década de 1930, a nova crise de proporções globais deve sagrar-se como a mais profunda na história do capitalismo.
Especula-se, em algumas rodas, se o capitalismo está em seu último grito agonizante. Outros, mais integrados, teimam em afirmar que é uma crise passageira. O tempo dirá… Será o fim do Império americano????
Será o início de uma nova polaridade, e o surgimento de um novo Império? Que cenários possíveis, dentre tantos desenhados? China, outros mundos… especulações.
Algumas velhas histórias – contadas por velhas raposas e repetidas por velhos corvos – voltam na tela, mas quem dá conta da racionalidade individual e a irracionalidade do sistema como um todo… Buscarão os homens novas utopias para continuar vivendo o sonho, a recriação eterna da esperança?
Insaciáveis, insaciáveis estes corvos da humanidade, vampiros letais de uma sociedade sem ética, espetacular. Seja lá de que forma esta crise vai acabar, mas assim como no Brasil, os assassinos de Wall Street continuarão soltos, pirilampos, vampirizando os cofres públicos, se nada acontecer de diferente, é claro!
publicado em 04/08/2008 – www.partes.com.br