Maria de Fátima Gomes Medeiros*
publicado em 12/02/2008 como www.partes.com.br/educacao/escola.asp
Introdução
É tempo de refletir e discutir sobre a educação para o novo milênio, em que o desenvolvimento do processo educativo está sendo afetado pela crise por que passa a sociedade como um todo: crise de valores, re-interpretação de conceitos, questionamentos sobre normas de comportamentos e atitudes, exacerbação do individualismo de um lado e massificação do outro; crise ética, cultural, econômica e política.
Nesse quadro, a compreensão dos desafios da educação torna-se mais complexa. Todos esses aspectos se refletem na escola de formas variadas, clara ou velada. E muitas instituições e educadores ainda não tomaram consciência do sentido, do significado e da importância das modificações – sociais, políticas, econômicas, educativas, entre outras – pelas quais a sociedade passa, nem da força com a qual essas mudanças estão penetrando e afetando o processo educativo.
Toda essa discussão passa por processos como a globalização, as transformações no mundo do trabalho e as mudanças sociais que reconfiguram a realidade em todas as partes da sociedade e consequentemente trazem desafios para a educação, provocando novas e variadas formas de pensar, sentir e agir, na tentativa de explicar os impasses vividos pelos sujeitos humanos na sua relação com o mundo.
Desse modo, a educação tem sido alvo de muitos debates com críticas e descontentamentos à medida que apesar de várias reformas para se conceber a melhoria da qualidade de ensino, se encontra ainda no meio escolar paradigmas determinados pela reprodução e força do regime capitalista, em que privilegia os interesses de grandes grupos econômicos em detrimento de grandes contingentes da população que permanecem marginalizados dos bens e serviços trazidos pelo desenvolvimento e pela riqueza material, vivendo em condições de pobreza e de privação no presente e de incerteza e de insegurança em relação ao futuro.
Mas, apesar do discurso das políticas públicas e dos documentos oficiais terem assumido termos tais como acesso, equidade e qualidade de ensino, as lutas são constantes para superarem a reprovação, evasão e os altos índices de analfabetismo presentes na educação. Pois, a qualidade da educação está longe de ser alcançada, difícil de ser combatida, porém, tem sido colocada em foco como processo de transformações correspondentes às necessidades de reordenação do sistema educacional, mas que não tem chegado às camadas populares, pois ainda está evidente um quadro significativo de crianças que saem dos anos iniciais do ensino fundamental sem ler e escrever.
Na concepção dos organismos internacionais e nos documentos oficiais ao se buscar qualidade para a educação, a prioridade é para a educação básica. Segundo a opinião do Banco Mundial – BM, é estimulando os países a concentrarem os recursos públicos nos gastos com a educação que vão melhorar a qualidade de vida e o crescimento econômico e social da população.
Dessa forma, o Banco Mundial tem elaborado diferentes documentos, entre os quais destacam-se prioridades e estratégias para a Educação (Banco Mundial, 1995). No primeiro desses documentos, o BM propõe as reformas que devem ser feitas pelos países em desenvolvimento, a fim de que a educação possa contribuir para o crescimento econômico e a diminuição da pobreza; para tanto, as políticas educacionais devem estar assentadas no tripé: equidade, qualidade e redução da distância entre reforma educativa e reformas das estruturas econômicas.
Para BM (1995), a educação de base é defendida como sendo as habilidades, as competências de base para que os alunos adquiram as competências gerais relativas à linguagem, ciências, matemática, comunicação, assim como apresentam a performance exigida pelo mercado mundial.
De fato, neste início de século, o difícil caminho à qualidade educativa impõe-nos a busca de novas possibilidades que possam amenizar o processo educacional, em conformidade com o BM, ao declarar fatores determinantes como necessários ao bom aprendizado, como principalmente o aumento do tempo de instrução, ou seja, o acréscimo para 9 (nove) anos de escolaridade no ensino fundamental, favorecendo, assim, um conhecimento mais profundo nos conteúdos programáticos.
E ainda, segundo o BM (1995, p. 51) proporcionar livros didáticos, vistos como a expressão operativa do currículo e contando com eles como compensadores dos baixos níveis de formação docente e melhorar o conhecimento dos professores (privilegiando a capacitação em serviço sobre a formação inicial e estimulando as modalidades à distância), todos esses fatores contribuem para o investimento de qualidade para a educação.
Esses investimentos, ao serem tomados como fatores essenciais para uma boa educação, alcançam resultados positivos na aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos, de modo a garantir o acesso e permanência nas escolas de ensino básico.
Neste aspecto, a escola deve ser vista como lugar onde se aprende a pensar independentemente de classe social. Necessário se faz construir projeto político-pedagógico, tendo como proposta uma educação para a vida, voltada para o respeito ao outro, para o diálogo democrático, o espírito investigativo, tornando aluno e professor pesquisadores, a partir da diversidade de saberes, criando condições para a aquisição do pensamento crítico, reflexivo no contexto social a qual estão inseridos.
Mas não se trata, apenas, do pensar crítico. Trata-se, fundamentalmente, da capacidade de reflexão do educador, proporcionando condições favoráveis para lutar por uma educação para todos e com qualidade.
Uma educação para ensinar tudo a todos já era proposta por Comenius no séc. XVII, para ele, a educação é necessária para todos, independente que seja “rico ou pobre, mas todos em igualdade, de estirpe nobre ou comum, ricos e pobres, meninos e meninas, em todas as cidades, aldeias, povoados, vilarejos”. (COMENIUS, 1997, p. 89). Na perspectiva Comeniana, os processos educacionais devem estar vinculados à subjetividade, à vida, aos valores, à dinâmica social, à cultura, à política, pois nenhum processo pedagógico pode ser entendido apenas como aplicação de técnicas e metodologias, mas sim, na construção de práticas educativas voltadas para conteúdos científico-filosóficos que conduzam o homem para sua formação como sujeito social e histórico na sociedade em que está inserido.
Entendemos educação de qualidade e para todos como essencial na vida de um país, pois seu objetivo é fazer o povo pensar para enfrentar os dilemas encontrados em sua interação com o ambiente, não somente apenas como ensino escolar e aquisição de conhecimentos acadêmicos, mas como parte da própria vida.
Pensar uma educação para a vida, para todos, é repensar o espaço – a escola – para que todos a concebam como lugar dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre professores, alunos, pais e toda comunidade escolar.
Nossa intenção, neste texto, é refletir sobre o pensar criticamente, reflexivo como prioridade nas práticas pedagógicas, a partir da escola, passando pelo profissional que atua nesta escola, chegando ao aluno de modo a conduzi-lo a re-significar seus saberes através da visão crítica de mundo. Que a escola possa estruturar e sistematizar os seus conhecimentos, partindo do seu contexto histórico, social e cultural para a formação de cidadão crítico, por meio de práticas que possibilitem o pensar sobre o mundo sócio-histórico e cultural.
Porém, de que maneira podemos contribuir para que a escola possa tornar-se lugar prazeroso, criativo, crítico e reflexivo?
ESCOLA: lugar para se pensar
Ao longo da história, a educação vem se desenhando por espaços pedagógicos, tendências teorica-metodológicas elaboradas, construídas por teóricos, colocadas a serviço de modelos exigidos pelo contexto histórico e econômico, cultural e social de cada época, pela qual passa a sociedade no tempo e no espaço. Envolve a escola – instituição social que atende a todos – quando se trata de educação para todos. Pois, sabemos que essa realidade não é para todos, não chega às camadas pobres. A escola está à luz de paradigmas sociopolíticos e se transforma a cada momento, conforme o contexto social, econômico e político que afeta a sociedade, mediante teorias e interesses políticos que influenciam na área educativa.
No entanto, é nesse cenário divergente, contraditório, que a escola é o lugar de construção de saberes, de ação pedagógica e é preciso um olhar mais profundo a respeito da formação nesse espaço. Que lugar é esse, que vem sendo mantido por muito tempo como tradicional, no meio escolar e acadêmico, e, ainda hoje, presente em algumas práticas pedagógicas? Quem são os seus componentes – professores e aluno – que formam classes sociais diferentes, de culturas diversas, criam um sistema de representações, ou seja, uma linguagem simbólica diversa, mas que frequentam, compartilham o mesmo espaço?
Aceitar as diferenças entre as culturas do aluno e do professor é pertinente, pois cada ser humano é único, com características próprias que os diferem no seu modo de pensar, mas que estão juntos para decidirem, questionarem e compartilharem o conhecimento.
Nesse sentido, a escola deve ser o espaço interativo, coletivo, apropriado para preparar o indivíduo a tomar suas decisões, ajudá-lo a aprender a participar, a pesquisar, a trocar experiências, a se interessar por diferentes assuntos, enfim, aumentar o seu grau de compreensão.
A escola não deve ser lugar de reprodução da classe dominante, mas sim de visão crítica como meio de igualdade social, de inclusão social, em que os índices de repetências e evasão diminuam, comprovando assim a tão esperada universalização do saber.
Sendo assim, podemos considerar a escola como instituição social e política, onde valoriza os interesses e a cultura de cada cidadão. Cabe a escola, neste início de século, projetar propostas que atendam às exigências do capitalismo global, mas que atinja as suas necessidades, priorizando não somente investimentos em recursos de informática e de multimeios “para formar um HOMO Faber mais eficiente e útil no atendimento às necessidades do mercado de trabalho dessa nova fase do capitalismo” (GAMBOA, 2001, p. 87), não esquecendo que o espaço escolar é o lugar de aprender a pensar, sentir e agir, pois, não adianta entrar na era da informatização, se nossos alunos não conseguem sair dos anos iniciais, com competências e habilidades no processo de alfabetização, pois muitos deles apresentam déficit de aprendizagem em leitura e escrita de acordo com os dados do Sistema Nacional de Avaliação Básica – Saeb (2003) nos apresentando que mais de 20% concluem a 4ª série do ensino fundamental sem qualquer habilidade de leitura.
É urgente reverte esse quadro. É preciso mudança no modo de ensinar e aprender. Para isso, teremos que pensar em saída, poderíamos repensar nas práticas pedagógicas numa concepção crítica-reflexiva, em que o sujeito é ativo nas transformações sobre o meio e sobre si, construindo seus conhecimentos através das interações sociais e das transformações culturais, valorizando seus saberes (professor – aluno) não só em termos de conteúdos escolares, mas de suas experiências, de modo que as ampliem de forma crítica, tornando possível a compreensão de mundo e da realidade em que vivem, construindo-se enquanto cidadãos cônscios dos seus direitos e deveres.
Nesse sentido, a prática pedagógica se baseando num conjunto de saberes, advindo das mais variadas experiências sociais, culturais e pedagógicas, conduz a um processo de desenvolvimento e aprendizagem num movimento de ação-reflexão-ação, de modo que seu desenvolvimento seja feito de forma continuada, reflexiva e conectada à realidade educação/educando, proporcionando a reconstrução das práticas pedagógicas.
Fazer parte desse processo é estarmos inserido nos desafios presentes na transformação da prática educativa que diariamente exige competências, habilidades e atitudes sobre o trabalho, tanto no âmbito individual quanto no coletivo, que venham melhorar ou redimensionar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, contemplando não só conteúdos, mas também competências, posturas, habilidades e comportamentos para favorecer o raciocínio, a descoberta e a valorização do conhecimento, como também a cooperação, o respeito e o compromisso de cada aluno para com a classe e o professor.
Projetar a escola para o pensar torna necessário perceber a figura do professor, principalmente, na função de intelectual crítico. Para tanto, é salutar repensar esse profissional, sua formação, quem é, o que faz e o que pensa sobre o ato de educar.
Educar para a competência: desafio do professor
Como já afirmamos, vivemos numa sociedade em que as mudanças são constantes, enfrentando o fenômeno da globalização, que a cada aurora exige indivíduos competentes para sobreviver às provocações da modernidade, ou pós-modernidade.
É urgente reaver os fins da educação, de inventar, reinventar e encantar a civilização sem violência. Para que isto aconteça, buscamos acreditar na escola pública, que no momento atual clama por momentos de paz, harmonia, esperança e aprendizado para nossas crianças e jovens, como podemos citar Snyders (1998, 87-98): “a escola etimologicamente significa ‘lazer’, ‘alegria’. O lugar ideal para se construir os saberes elaborados”. Pensando nisso, devemos refletir sobre as dimensões pedagógica e atitudinal dos educadores para que possam tomar consciência do seu papel a ser exercido nesta nova postura de educar, em consonância com educandos e família, enfim, com a comunidade escolar.
Assim, idealizamos profissionais com atitudes, habilidades e competências para o fazer pedagógico, compreendendo a capacidade de “fazer” e “saber fazer” e com consciência sobre as consequências desse “fazer”, adotando uma didática renovada, reflexiva, como bem afirma Schön (2000) “reflexão na ação, reflexão sobre a ação e reflexão para a ação”.
Considerar um profissional com esse perfil é acreditar na mudança do ato de ensinar, numa prática adequada à diversidade do contexto escolar, em que o educador saiba conduzir os trabalhos pedagógicos com segurança no fazer pedagógico, pois buscará ampliar seus conhecimentos a partir do desejo, do interesse de modificar e transformar sua ação educativa com competência.
Para Perrenoud (2000, p. 13), competente: “é aquele que julga, avalia e pondera; acha a solução e decide, depois de examinar e discutir determinada situação de forma conveniente e adequada”. O educador com essas características manifesta na prática uma estrutura dinâmica organizada do pensamento que permite analisar, avaliar, compreender o contexto no qual o aluno age. Também permite decidir, modificar e mobilizar os recursos disponíveis para resolver com êxito os problemas reais da prática profissional.
Enfrentar os desafios do mundo competitivo, necessário se faz que o educador seja capaz de modificar sua ação educativa, de reelaborar, construir e estabelecer o conhecimento com o não conhecido, para o saber-agir diante de situações reais do cotidiano.
Delors (2001) ao colaborar com os princípios dos quatro pilares para educação considera que uma pessoa competente para enfrentar os problemas do novo milênio deve ser capaz de “saber, saber-fazer e saber ser”. Consequentemente, precisa mobilizar: “aprender a conhecer”, em que oferece possibilidades do saber teórico, conhecimento científicos através da pesquisa, “estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir” para o compreender, conhecer e descobrir.
O pilar “Aprender a fazer”, conduzirá no processo de ensino-aprendizagem um conjunto de processos e estratégias que possibilitem uma resposta adequada, mobiliza outras competências para adquirir qualificação profissional, tornado a pessoa apta a enfrentar os desafios que a vida oferece. Também favorece o crescimento e a evolução dos saberes disciplinares, curriculares, práticos e científicos, de modo que haja uma aprendizagem significativa no contexto sócio-cultural do aluno. O “Aprender a viver juntos” é proposto para saber conviver em grupo, respeitando o outro, saber gerir conflitos na diversidade e “Aprender a ser”, não perdendo sua identidade dentro do grupo de trabalho, social, cultural e histórico, sem perder a sua capacidade de autonomia, discernimento, responsabilidades e compromisso. Enfim, os pilares da educação, se bem acolhidos na escola, nas atitudes dos homens e na ação pedagógica, com certeza proporcionará aos professores resultados positivos e transformadores no ato de educar.
Mas não é fácil corresponder a esses princípios. Cabe ao educador assumir essas competências como compromisso, responsabilidade, motivação e vontade para adotar uma prática reflexiva, transformadora, que dialogue com o alunado seus saberes, os conhecimentos que já possuem, dando oportunidades para discutir, falar dos seus desejos, de suas angústias, numa troca de experiência mútua.
Além de tudo isto, também estão presentes no âmbito educacional questões tais como: salário, formação continuada, condições físicas das escolas, gestão escolar, família e outros fatores que afetam a escola direta ou indiretamente, dificultando assim, toda à ação para a realização do ato de educar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão sobre a escola é extremamente ampla e controversa, principalmente porque ela não se constitui de forma homogênea, haja vista a ausência de compromisso política, consenso conceitual, posto que seu termo aparece em diferentes momentos com diferentes significados.
No Brasil, entorpecida pelo perfume do modismo estrangeiro, já se constitui panaceia para as propostas educativas desde sua história. Na atualidade, para reconceituar a escola é preciso reconstruí-la, repensar o processo ensino-aprendizagem com enfoque em uma educação renovada voltada para a reflexão na prática pedagógica para a reconstrução social na qual o professor seja um transformador, com claro compromisso político e ético capaz de provocar no alunado a formação da consciência enquanto cidadãos críticos, para compreenderem melhor a sociedade que vivem.
Considerando esse movimento de reconstrução da prática pedagógica na busca de uma educação de qualidade para todos, o momento é propício para repensar o ato de educar, não somente nos bancos escolares da educação básica, mas também ter um “olhar” sobre o ensino acadêmico, uma vez que este está a serviço dos demais, dando-lhe suporte teórico-metodológico, numa visão de totalidade, nas dimensões: política, filosófica, epistemológica, pedagógica e de relações sociais e humanas.
É neste caminhar que acreditamos fazer uma educação que venha um dia ser o sonho de todos que querem dignidade humana, por isso, queremos ser não só um sonhador, mas um idealizador, um professor que concretize suas ações através do pensar, sentir e agir, articulando ensino e pesquisa na produção dos saberes de todo o processo de educação e que a escola seja o lugar de mudança de comportamento e atitudes: esperança de dias melhores por meio do diálogo, ou seja, o lugar onde se aprende a pensar.
REFERÊNCIAS
Banco Mundial. Prioridades y Estratégias para la Educación: Estúdio Setorial de Banco Mundial. Washongton, 1995.
CABRAL NETO, Antonio; CASTRO, Alda Maria Duarte Araújo. A formação de professor no contexto das reformas educacionais. In: YAMAMOTO, Oswaldo; CABRAL NETO, Antonio (org.). O psicólogo e a escola. Natal: EDUFRN, 2000. (95-135)
COMENIUS. Didática Magna. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DELORS, Jaques. Educação: um tesouro a descobrir. 6 ed. São Paulo: Cortez. Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2001.
PERRENOUD, P. Pedagogia Diferenciada. Das intenções à ação. Porto alegre: ARTMED, 2000.
SHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Trad. Roberto Cataldo Costa. Proto alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SNYDERS, Georges. A Alegria na Escola. Trads. Bertha Halpern Guzovitz. Maria Cristina Caponeiro. São Paulo: Editora Manole LTDA, 1988.
* Pedagoga, Mestranda em Educação pelo PPGEd-UFRN. Professora Especialista da rede pública da cidade de Caicó/RN
e-mail: fatimagmedeiros@hotmail.com