Gilberto da Silva
publicado em 14/08/2007 como www.partes.com.br/colunistas/gilbertosilva/sexomercadoria.asp
Todos querem uma sociedade justa (pelo menos os mais ajuizados…) Num instante histórico em que a individualidade é a forma mais nefasta presente na sociedade, não vejo motivos para mudanças tão breve. Mas minha fé utópica permanece.
Prezam os sujeitos pelos gozos imediatos. Prezam os sujeitos pela satisfação total, mas esquecem de combinar com suas respectivas parceiras. No mundo da mercadoria, sexo é embalado à vácuo. Sexo é mercadoria: e alguns sujeitos levam isto tão à sério que arrumam mil artimanhas para ganhar dinheiro com este produto. Bom ou ruim, não é esta a questão, o problema é quando chega ao estágio doentio da mercadoria.
Na sociedade pós-moderna (e aqui compactuo com as premissas de Fredric Jameson), o corpo magro e esguio é o modelo de venda tanto para mulheres como para os homens. A imagem do corpo perfeito é moldada pelos meios de comunicação. Uma imagem tecida lentamente e que penetra em nossas almas tão sorrateiramente a ponto de não percebermos seus efeitos imediatos.
Diante da vontade das massas, vomitai, emagrecei…. Tente você viver sem essas cobranças…
A sociedade pós-moderna acredita que uma pessoa sexualmente satisfeita é uma pessoa feliz. Daí a frustração. O sexo é maravilhoso (muito bom) e devemos muito praticá-lo, mas não é a totalidade. Um dos tópicos centrais da fantasia narcísica de felicidade é a realização imediata do desejo.
Outra frustração: o tesão pelo dinheiro, pelo consumo imediato. A felicidade reside neste espaço?