Por Gilberto da Silva
Revista Partes – Ano V – 23/06/2007 16:28:48
Há, me dá uma liberdade!” Os olhos da linda senhora e sua voz ecoada durante as gravações de um filme que realizei em conjunto com vários colegas da administração pública municipal de São Paulo, permanecem na minha memória.
Realizamos um trabalho já citado aqui na Partes pela Fátima Teixeira em outras ocasiões e serve para mim como uma referência sobre a questão da mulher na terceira idade.
Lembrei-me novamente dessa frase ao receber umas fotos de senhoras em atividades de hidroginástica numa piscina.
Recordei, também, de uma viagem que realizei em Curitiba, num final de ano, com minha esposa. Em certo momento, quando estávamos passeando pelo Jardim Botânico começamos a conversar comum grupo de turista da terceira idade. Uma senhora, sorridente, com fortes marcas de sofrimento no rosto deixou vazar em certo momento sua situação:
”Hoje, posso viajar, aproveitar a vida, enquanto meu marido era vivo ele não me deixava fazer nada. Não me deixava sair de casa”. E lá estava ela agora, viúva, alegre, aproveitando a vida. Fico a pensar em quantas outras mulheres idosas não se encontram na mesma situação, ainda.
Fiquei pensando -até de forma antropológica -, se a sociedademodernaainda vai suportarmulheres cuidando dos homens, fazendo comida, lavando roupa. Pensei que isto fosse papo de feministas da década de 70, do século passado! Olhei-me paramimmesmo e vi quenãobastadiscurso. É precisoação. Olhei-me e vi, que se nãoreinar a harmonia, tudo desaba.
Bem, falando emterceiraidade, será que esta situação de opressão continuará? Resistirá aos tempos hipermodernos? Sabendo que há tantos retrocessos…