Como ajudar crianças que trocam gê por chá
Por Vicente Martins
publicado em 30/09/2006 <http://www.partes.com.br/educacao/vicentemartins/comoajudar.asp>
Uma professora do ensino fundamental me relata, por e-mail, o seguinte caso: “Tenho uma aluna que está na 3ª série e além de ter algumas dificuldades na leitura e na escrita, também apresenta um déficit fonológico”.
E prossegue a professora na descrição das dificuldades de sua aluna: “Ela não consegue emitir o som da letra g, troca pelo che. E também troca o d pelo t”. E conclui: “Gostaria de saber se você poderia me orientar sobre o que fazer para ajudá-la. A mãe já consultou fonoaudiólogos e parece que nada adiantou. Desculpe por incomodá-lo, mas gostei da maneira como abordou o problema no seu artigo “O papel dos pais na formação leitora dos filhos” e espero poder contar com sua orientação”.
O presente artigo se propõe a comentar a indagação da professora e propor uma reflexão linguística e metalinguística sobre a aquisição das consoantes no primeiro ciclo do ensino fundamental.
Com relação ao sistema alfabético, existem duas dificuldades básicas para alunos que estão no primeiro ciclo do ensino fundamental (1ª a 4ª série, incluindo, agora, também, o ano inicial aos seis anos de idade). A primeira é quanto ao traçado das letras, sobretudo as letras minúsculas, que exigem informações de rotação, sentido e direção das letras durante o traçado das mesmas. Na verdade, o que está em jogo é a memória de curto prazo das crianças de guardar tantas informações espaciais e geométricas das letras. O traçado das letras e de todos os demais grafemas (diacríticos como o til, circunflexo, agudo etc), não poucas vezes, exige conhecimentos rudimentares das formas geométricas.
Aos três anos, por exemplo, uma criança deve copiar o desenho de um círculo; aos quatro anos, copiar uma cruz; aos cinco, um quadrado e aos seis anos, um triângulo e assim por diante. Quando sentem dificuldades para copiar estas formas geométricas, podemos, com uma certa segurança, afirmar que terão dificuldades também de desenhar as letras do alfabeto. Estas formas básicas têm os mesmos movimentos e rotações das letras do nosso alfabeto.
Partindo desta relação entre caligrafia e geometria, particularmente, as figuras geométricas, o professor poderá conceber o ensino das letras do alfabeto dentro de uma perspectiva interdisciplinar. Um círculo, na matemática, definido como uma superfície plana limitada por uma linha curva – a circunferência – cujos pontos são equidistantes de um ponto fixo – o centro, favorece o traçado das seguintes letras minúsculas: a b c d e g o p q u h m n s. E as maiúsculas: B C G O P Q U D S.
A cópia do desenho da cruz contribui sobremodo para o traçado das seguintes letras minúsculas do nosso alfabeto: v x z t. E também as maiúsculas: T X Z
A cópia do desenho do losango, quadrilátero plano cujos lados são iguais, a ser exigido, a partir dos cinco anos de idade, favorece as seguintes letras minúsculas: v x z. E as maiúsculas são: V X Z N N H I J L .
A cópia do desenho do quadrado, forma que tem os lados e os ângulos iguais, permite que o aluno possa traçar as seguintes letras minúsculas: t f z i j l r. E maiúsculas: A E F H I L M N P R.
A cópia do desenho do triângulo, um polígono de três lados, também chamado trilátero, dá uma ideia para o aluno como é o traçar, na forma minúsculas, das seguintes letras: v x z. E as maiúsculas: A V X Z
Uma outra dificuldade, quanto ao sistema alfabético, reside na consciência fonêmica da criança durante sua fase de aquisição da leitura e da escrita ortográfica. Há uma relação estreita entre as letras do alfabeto, que aparecem na escrita, e os sons da fala, a que chamamos fonemas, isto é, as vogais, as consoantes e as semivogais. Não é uma relação perfeita, biunívoca, mas equívoca. Como se fala não é como se escreve. Não é como um espelho. Um som que se escuta não é diretamente escrito da forma que nos chega à intuição ou percepção auditiva.
No caso relatado pela professora, refere-se a uma dificuldade da criança de não conseguir emitir o som da letra g, que o troca por chê. Da mesma forma troca o som do d pelo t.
O que se observa, pois, claramente, é que a dificuldade da criança reside na articulação das consoantes. De logo, observamos que são consoantes homorgânicas. O que é isso? Foneticamente, são sons que têm o mesmo ponto de articulação, embora se diferenciem por outros traços (diz-se de dois ou mais sons); p.ex.: [b], [p] e [m], que são pronunciados com a mesma oclusão labial. Ou ainda, são fonemas que têm pontos de articulações distintos, como /p/ (consoante labial) e /t/ (consoante linguodental.
Para atuar bem nesses casos, o professor precisa conhecer, teoricamente, alguns conceitos linguísticos (nas definições e exemplos abaixo, recorreremos ao dicionário eletrônico de Houaiss). O primeiro conceito é o de consoante. O que é consoante? Foneticamente e do ponto de vista articulatório, diz-se de ou som em que a corrente de ar encontra, na cavidade bucal, algum tipo de empecilho, seja total (oclusão), seja parcial (estreitamento). Portanto, as consoantes são fonemas de difícil articulação ou produção da fala. Decanta-las, pois, um decifrar, um mistério para muitos alunos.
Pelo conceito de consoante, o fonema consonantal, como disse, é, particularmente, difícil de ser articulado, isoladamente. Quando em sílaba ou expresso em palavra, essa dificuldade é ainda maior. Por isso, podemos entender por consoante, foneticamente, um tipo de som que funciona nas margens das sílabas, ou seja, som assilábico, não constituindo o núcleo da sílaba, nem podendo formar sozinho uma sílaba.
Voltemos à observação da professora. A criança, segundo ela, troca /g/ por /ch/ e /d/ por /t/. Observemos que coloquei as consoantes entre barras para mostrar que são sons da fala e não letras. Pois bem, as consoantes /gê/ (como aparece no início das palavras gente e jeito) e /chê/ (como em cheiro ou xadrez) são constritivas. Isso quer dizer que em cada uma delas, durante a articulação, a corrente aérea é expirada e parcialmente obstaculizada, mas não interceptada, em algum ponto do canal bucal. Esta classe de consoantes inclui as fricativas, as laterais e as vibrantes.
As consoantes constritivas na língua portuguesa são realmente difíceis de serem articuladas durante a fase de aquisição da linguagem. São consoantes constritivas:/f/, /v/, /s/, /z/, /š/, / chê /, / gê /, /lhê/,/r/ e / rr/. Em outra palavras, as constritivas são consoantes em que a corrente expiratória passa por uma abertura apertada, formada em algum ponto do canal bucal, gerando um ruído semelhante ao de uma fricção.
Podemos lembrar situações de uso das constritivas como nas palavras a seguir: as consoantes do português /f/ como na articulação da palavra fato; /v/ como em vate;/s/ como em seta, massa, cio, traço, próximo;/z/ como em zoada, mesa, exército;/ch/ como em xadrez, ancho;/j/ como em jeito, gesto. Essa dificuldade fonológica, decerto, é responsável, decerto, por parte dos erros ortográficos em que há bastante troca de letras que representam, na escrita, estas consoantes, como no caso das letras X, J, G ou grupos de letras como CH e SS, os chamados dígrafos. Em geral, chamamos as alterações ortográficas, quando manifestos nos textos escritos, como “erros de motivação fonológica”.
Nessas alturas, não há como negar a importância do estudo da Fonética para aqueles que pretendem eficazmente alfabetizar em leitura. A Fonética é a parte da lingüística que estuda e classifica os elementos mínimos da linguagem articulada (fones, sons da fala) em sua realização concreta. A fonética articulatória é o ramo da fonética que trata da descrição do aparelho vocal humano e dos seus movimentos durante a articulação dos sons, classificando-os basicamente em função da sonoridade (atividade das cordas vocais), do ponto de articulação (local onde ocorre maior estreitamento do conduto orofaríngeo) e do modo de articulação (maneira como se dá o escoamento do ar). Com a fonética, podemos melhor entender o nosso dialeto e as razões que levam a um falar diferente, mesmo que estejamos em mesmo país, como ocorre com nós, brasileiros.
No mundo da escola, caberá ao professor do ensino fundamental também se apoderar de conhecimentos da Fonologia. Por Fonologia, devemos entender o estudo dos sons da linguagem humana ou o ramo da linguística que estuda os sistemas de fonemas de uma língua ou das línguas em geral. Ou, ainda, e mais precisamente, a parte da lingüística que estuda os fonemas do ponto de vista de sua função na língua. Não há como o professor ou professora orientar ou corrigir bem alterações ortográficas do seu aluno sem uma base fonológica. Sem esse conhecimento, o aluno, por sua vez, não dá aquele “estalo” ou “ insigt”, pronto para a leitura inicial.
Diante desse tipo de dificuldade fonológica ou déficit fonológico, acho que trabalha, metodologicamente, do particular para o geral, do letra para o som, ou seja, partir de estratégias indutivas, não só são procedimentos mais científicos e criteriosos, como, ao certo, os mais recomendáveis para o professor ou professora levar a criança à consciência fonológica durante a fase de leitura inicial, no ensino fundamental, ou mesmo durante a produção da fala espontânea, na primeira infância.
Então, comecemos a falar mais sobre o som da letra gê. O gê é a sétima letra e quinta consoante do nosso alfabeto. Foneticamente, a letra g representa a consoante oclusiva velar sonora, quando antecede as vogais a, o, u (galo, goma, gude), quando formando grupos consonantais (grito, gnose, glória) e quando seguida da vogal u muda ou não (guerra, água, ou a consoante fricativa palatoalveolar sonora, se diante das vogais e e i (gesso, giz). No caso da dificuldade da aluna descrita pela professora, envolve, pois, a consoante fricativa palatoalveolar sonora e a surda.
Partamos, agora, para o o chê. Em geral, representado pela letra x ou pelo dígrafo ch é a vigésima segunda letra ou décima sétima consoante do nosso alfabeto. Foneticamente, representa 1) a consoante fricativa côncava palatoalveolar surda, como em xadrez, mexe, enxame; 2) o grupo consonantal [ks], como em fixo, nexo; 3) a consoante fricativa dental sonora [z], em exame, exército No campo gramatical, o x não é pronunciado como [ks], mas como uma fricativa côncava dental [z] antes de vogal (exímio, exogamia); antes de consoante, será fricativa côncava surda, dental ou palatoalveolar, dependendo do dialeto (exportar, exclamar), do mesmo modo que o x do prefixo extra– (extraordinário); se seguido de c, o conjunto é pronunciado como [s]: exceto, excelente.
Mas não podemos parar aqui. Há muito o que se dizer do xis como representante das consoantes portuguesas, presente na fala e na leitura ou na escrita ortográfica, a que podemos chamá-lo de grafema. Pois bem. Como grafema, o emprego do x- (xis inicial), do -x- (xis medial) e do -x (xis final) é objeto de convenção ortográfica em que entram, a um tempo, a tradição gráfica, a busca de fundamentação etimológica e fatores fonológicos; de modo geral, o x pode representar/x/ (como em caixa, xará),/s/ (como em próximo, trouxe),/z/ (exato, exorcismo) e/cs/ (como em fixo, nexo).
Observemos os casos abaixo de mais emprego do xis:
1) o x- é, sem discrepância, sempre pronunciado como/x/, mas seu uso ortográfico busca ser fiel ao étimo (gr., lat. ou de outra qualquer língua com tradição gráfica), ademais da convenção de que, se indigenismos (de preferência brasílicos) ou se africanismos, ademais de línguas exóticas não grafadas com caracteres lat., deve tb. ser com x-;
2) o -x- é objeto de algumas regras implícitas (é o que representa/x/ depois de ditongo ai – caixa, faixa -, ei – feixe, deixa -, oi ou ou – troixa/trouxa [salvo trouxe]), ademais das quais é objeto de algumas sistematizações: a) na seqüência aux-, se de base gr., é/cs/ (auxese, auxésico, auxético, auximate), se de base lat., é/s/ (auxiliador, auxiliante, auxiliar, auxiliário, auxiliarmente, auxiliável, auxílio); b) na seqüência axa-, é/x/ (axá, axabeba, axaboucado, axadrezado, axadrezar), mas/cs/ no grecismo axanto; c) nas seqüências axe-, axi-, axo- e axu-, é/x/ nos voc. que não sejam gr., lat. ou greco-latinos (axe, axevina, axi, contra – com/cs/ – axe, axial, axiologia, axiológico, axioma, axiomático [com/cs/ ou/s/], áxis, axófito, axóide, axótomo, axúngia); d) na seqüência baix-, como dito anteriormente, sempre como/x/; e) na seqüência baux-, flutua (ver o caso único de bauxita e cognatos); f) na seqüência deix-, sem equívoco,/x/ (como em deixa, deixação, deixado, deixar); g) na seqüência dex + (vogal)-, é sempre/cs/ (deximontano, dexiocardia), mas já em dext- o -x- vale como -s- final de sílaba ou como/cs/ em pronúncia afetada (dextante, dexteridade, dextra, dextrocardíaco, dextrogiro, dextrorso, dextrose); h) em diox-, vale sempre como/cs/ (dioxano, dioxia, dioxirribonucléico); i) em dix + (vogal)-, vale como/x/, salvo em díxico e díxis/cs/; j) em dox-, vale sempre como/cs/ (como em doxiclina, doxografia etc.); k) em enx-, vale sempre como/x/; l) em ex-, em Portugal corresponde a/ays/ antes de consoante e a/iz/ antes de vogal, sendo esse/s/ como se de final de sílaba; já no Brasil, antes de consoante, tanto ocorre a forma/eys/, quanto/is/, sendo esse/s/ o equivalente a final de sílaba, e/i/ ou/e/ +/z/, antes de vogal; nuns quantos casos, porém, o -x-, seguido de vogal, tem pronúncia não fixada, ora com/z/, ora com/cs/, p.ex., exametamorfismo, exantema, exantemático e derivados como exantropia, exantrópico, exarquia, entre outros.
Sobre o tê, representado pelo grafema t, podemos dizer que se trata da décima nona letra e décima quinta consoante do nosso alfabeto. Foneticamente, o t é uma letra que representa o fonema oclusivo dental-alveolar surdo, como na palavra talvez. Vale destacar que, em alguns dialetos do português do Brasil, entre os quais o carioca, a letra t antes da vogal [i] representa o alofone africado palatoalveolar surdo do fonema/t/, como em tia, mate
O dê é a quarta letra e terceira consoante do nosso alfabeto. O dê ou simplesmente o grafema d é a letra que representa a consoante oclusiva dental-alveolar sonora do português, como em dou. Em alguns dialetos do português do Brasil, entre os quais o carioca, a letra d antes da vogal [i] representa o alofone africado palatoalveolar sonoro do fonema.
Onde, então, residiriam as dificuldades na articulação dos fonemas acima descritos? Levanto, aqui, a hipótese, da sonorização. Por sonorização, devemos entender a passagem de um fonema ou de um som surdo a sonoro, pela entrada em vibração das pregas vocais (por exemplo, em português, as consoantes fricativas finais sonorizam-se antes de vogal ou consoante sonora, como na palavra dois, em doi[z] amigos, doi[z] dedos.
A consoante /t/ é surda. A /d/ é sonora. Lembremos aqui, a primeira queixa da professora: a criança “troca o d pelo t”. E por que isso ocorre? Porque os fonemas sonoros exigem mais da criança durante a produção da consoantes, especialmente as oclusivas e fricativas.
As consoantes sonoras são sons da fala que apresentam, em sua articulação, vibração das pregas vocais, pelas sucessivas aberturas e fechamentos da glote sob pressão periódica da massa de ar expirado, o que não ocorre com os fonemas surdos. Em português são geralmente sonoras as vogais e as consoantes/b/,/d/,/g/,/v/,/z. N. No campo gramatical, são sonoras as vogais, as consoantes líquidas e as nasais; as oclusivas e as constritivas formam pares opositivos em que uma consoante sonora se opõe a uma surda:/b/:/p/,/d/:/t/,/g/:/q/,/v/:/f/,/z/:/s/,/j/:/x/; além disto, as consoantes sonoras distinguem-se das surdas por uma articulação fraca ou branda.
As consoantes surdas, como já dissemos, anteriormente, são sons vocais em cuja articulação as pregas vocais não vibram, por estarem semiabertas, sendo, portanto, inexistente a produção de ondas sonoras de origem laríngea (p.ex., os sons [p], [t], [f], [s] etc.). Na língua portuguesa, as consoantes oclusivas e as constritivas opõem-se duas a duas pelo seu caráter de surdas versus sonoras:/p/:/b/,/t/:/d/,/k/:/g/,/f/:/v/,/s/:/z/,/x/:/j/, Mattoso Câmara Jr.
Dependendo da região do falante ou do alfabetizando em leitura, o ensurdecimento pode ser também uma marca dialetal ou uma variação linguística. O ensurdecimento é um fenômeno que consiste na perda da sonoridade de um fonema sonoro. As sibilantes e chiantes sofrem ensurdecimento antes de consoante surda ou pausa, como na palavra paz, em pa[z] duradoura, pa[s] terrestre).
E na prática, como proceder, para fazer a reeducação da fala ou da leitura? Explorar a glote e as cordas ou pregas vocais. Mais uma vez, o docente terá, para atuar bem na alfabetização em leitura ou na reeducação linguística da fala, que se converter numa espécie de “médico” ou “fonoaudiólogo” de modo a entender que a chamada glote é uma abertura triangular na parte mais estreita da laringe, circunscrita pelas duas pregas vocais inferiores, com cerca de 16 mm de comprimento e abertura máxima de cerca de 12 mm.
Foneticamente, a glote é o espaço compreendido entre as pregas vocais e que, durante a respiração (e a articulação das consoantes surdas e das aspiradas), tem forma triangular, fechando-se na produção das vogais, das consoantes sonoras e dos glides (ou semivogais), quando o fluxo de ar, ao passar através das pregas vocais levemente relaxadas, ocasiona a sua vibração, a que se dá o nome de voz ou sonoridade, conforme definimos anteriormente.
Para entender melhor o conceito de corda vocal há de defini-la como cada uma das duas pregas localizadas logo acima das pregas vocais que serve para fechar a laringe durante a deglutição, impedindo a entrada de alimentos e partículas estranhas no sistema respiratório, não influindo na fonação.
Mais precisamente, pode ser entendia a corda vocal como cada uma das duas pregas que se estende ao longo das paredes da laringe a partir da cartilagem tireóide até a cartilagem aritenóide, relacionada com a produção da voz. Anatomicamente, a corda vocal é entendida como cada uma das duas pregas que se estende ao longo das paredes da laringe a partir da cartilagem tireóide até a cartilagem aritenóide, relacionada com a produção da voz.
Pedir que a criança coloque a mãozinha na garganta para sentir as vibrações ou não das cordas vogais durante a produção das consoantes sonoras (vibram) e surdas (não vibram) pode ser exercício extremamente mnemônico, eficiente e suficiente para a criança compreender as distinções entre os fonemas surdos e sonoros, e, doutra sorte, levá-la à consciência fonêmica, utilizando, para isso, e ludicamente, o próprio corpo, manto do ser e templo do espírito