Por Gilberto da Silva
Revista Partes – Ano V – novembro de 2004 – nº 51
Fezes caninas
Eu não tenho cachorros. Tenho filhos. Um deles é pequeno, com dois anos de idade, que pede para passear em volta do prédio onde moramos. A caminhada é uma tarefa difícil, pois tenho que competir com as fezes dos cachorros que ficam nas calçadas. Os excrementos estão por todas as partes. Nas calçadas, nas praças e nos canteiros de uma pequena praça da vizinhança. Nada contra os cachorros. Tudo contra certos “donos” de cachorros!
Quando volto do passeio, com meu filho sempre impregnado de bosta canina, fico a pensar: tudo bem, quem não tem filho, tem cão, ou tem filho e tem cão e quer passear com o cão. Mas pergunto, não dá para o ilustre carregador de cão levar consigo um papel ou um saco plástico para recolher as fezes dos caninos?
Atlas Ambiental
Na terça-feira (26/10), no Pátio do Colégio, ocorreu o lançamento da versão em papel do Atlas Ambiental da Cidade de São Paulo.
A obra elaborada por técnicos da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente será distribuída a partir de novembro para universidades e bibliotecas de todo o Brasil. Com 266 páginas, 40 mapas e mais de 200 fotos ilustrativas. O conteúdo do extenso e ótimo trabalho científico mostra que o verde na cidade de São Paulo está agonizando
A versão on-line, com mais informações sobre o projeto e dados da devastação em São Paulo, pode ser consultado no endereço http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br.
Licenciamento
O Ministério do Meio Ambiente está defendendo a proposta de que os municípios possam assumir o papel de licenciador de empreendimentos de impacto local. Ocorre que mais de 80% dos mais de 5.500 municípios têm menos de dez mil habitantes e não estão estruturados para a nova tarefa. Para se habilitar a licenciar, os municípios têm de criar conselho de meio ambiente, contratar funcionários, ter fundo municipal para arrecadação de recursos e respaldo em legislação.
Polêmica, a proposta deve ser bem discutida.
Custo do desenvolvimento
O Relatório Planeta Vivo 2004 apresentado pelo WWF, uma entidade mundial de defesa da ecologia, traz novos indicadores que mostram que a humanidade está acabando com os recursos naturais do planeta. É o custo do desenvolvimento mundial. Desenvolvimento feito através da destruição da natureza. A “pegada ecológica” do ser humano – índice que mede a sustentabilidade ambiental com base na demanda de recursos naturais renováveis – aumentou em 70% desde 1970 (5% a mais do que o crescimento populacional) e é hoje de 2,2 hectares por pessoa num mundo que só dispõe de 1.8 hectares por pessoa – ou seja, consumimos 20% a mais do que temos, o capital natural está diminuindo e pode acabar.
Eleições, poluições…
Os veículos são responsáveis por 95% da poluição atmosférica. Cadê o Programa de Inspeção Veicular na cidade de São Paulo? Quero, seja quem for o eleito, mais praças e áreas verdes, mais APAs e mais ciclovias (muito mais!). Quero praças recuperadas e cuidadas (sem bosta de cachorro). Quero mais respeito aos que respeitam ao ambiente.
Você sabia?
Que o plástico pode ser reciclado de sete a oito vezes e não perde as suas características e resistência. Que detritos despejados em terrenos baldios prejudicam o ambiente, são vetores de doenças graves e podem se transformar num grande transtorno para a coletividade nos períodos de chuva. Ser limpo custa pouco!
Gilberto da Silva
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