Por Madalena Carvalho
Revista Partes – Ano IV – setembro de 2004 – nº49
Há quinze anos acompanho os trabalhos da juventude e como coordenadora de grupo de jovens ensinei muitas coisas e aprendi outras. E, evidentemente, os jovens de 15 anos atrás eram totalmente diferentes dos de hoje.
O mais surpreendente me parece ser, que a juventude atual está inquieta demais, vivendo uma crise de ansiedade, como se estivesse correndo atrás do tempo. Talvez isso seja fruto da era da informação em que vivemos, do mundo “fast food”, das relações efêmeras.
Fico imaginando a dificuldade em que os pais, desta nova geração, têm em educar seus filhos, principalmente nos aspectos religiosos. Tão triste quando falamos de Cristo e ainda somos chamados de “caretas”. Acredito até que esta gíria está em desuso; talvez ouçamos agora: “Fala sério!”.
Então, que possamos falar sério. Sim, falar aos nossos filhos com seriedade sobre este mundo tão desfigurado, tão medíocre, que coloca muitos de seus valores na droga, no sexo desenfreado, na promiscuidade, onde tudo parece ser natural.
Não podemos perder a dimensão espiritual que deve existir por detrás de cada ensinamento nosso, sejamos nós pais, educadores, padres, psicólogos, etc. Precisamos apoiar esta juventude inquieta que parece ter perdido o fio condutor.
Sabemos que não é uma tarefa fácil, na medida em que há tantos outros meios para destruir o que se aprende de bom. Mas que sejamos perseverantes.
Que possamos nos inspirar na segunda carta de São Paulo a Timóteo: “… prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda a paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não mais suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajuntarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”.
Não creio que a juventude esteja perdida; penso que sua inquietação é fruto de um mundo em que a velha conversa, entre pais e filhos, foi esquecida em um canto, dando lugar ao computador, ao vídeo game, a televisão, ou a uma sala de chat; onde a liberdade foi trocada pela libertinagem e onde os encontros dominicais na Matriz da praça central deram lugar às baladas de sábado à noite.
Acredito que em nome de uma suposta liberdade os jovens foram conduzidos para um mundo pouco humanizado. A inquietação da juventude tem o seu limite e não pode se tornar a inquietação do coração dos pais. Lembremos do que diz São Paulo em sua primeira carta ao Coríntios: “Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo