Por Gilberto da Silva
Revista Partes – Ano IV – setembro de 2004 – nº49
Estive entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro na cidade de Porto Alegre participando de um encontro de comunicação, o Intercom. Mas não é sobre comunicação ou jornalismo que quero falar.
O que me chamou a atenção foi o comportamento das meninas, as estudantes de comunicação e que pode – por extensão – ser remetido ao conjunto das mulheres que se enquadram na questão. Falarei sobre o que considero a ditadura da moda. Esta ditadura encurtou as calças das mulheres ficando as ditas cujas com o número menor. Já que não dá para diminuir o tamanho real, encurtaram-na.
O que tenho notado é um espetáculo de moças ansiosas em não mostrar a calcinhas, mas já mostrando. Ao ato de sentar-se se agrega o ato de levar a mão até a bunda para ver se a calcinha está ou não à mostra.
É um movimento interessante. É um tal de puxa aqui, estica ali impressionante. Até a postura está sendo prejudicada, pois para fugir da situação as mocinhas vão enterrando a bunda no fundo da cadeira. Problemas de coluna para não mostrar a calcinha que todo mundo já viu.
Ou as gurias encaram a situação moderna de mostrar o que já vimos (ver calcinha já não provoca o mesmo efeito do que provocava nos jovens da minha época) ou mudam-se as calças.
Fiquei convencido de que os homens têm que fingir que não viu e elas fingirem que não querem mostrar aquilo que eles já viram. Afinal, quem incomoda quem? E os incomodados que se mudem…