Reportagem São Paulo

Noite é em São Paulo

Noite é em São Paulo
Por Kassius Renan Malins

Verdade dizer que São Paulo é uma das cidades mais agitadas do país, porque suas noites são espetaculares.  Mas quais são os locais preferidos do público? Que tipos de som curtem? Porque frequentam bares e danceterias? São Paulo após as 22 horas é repleto de atrações eventos e principalmente de baladas nas regiões da Barra Funda, Vila Madalena, Pinheiros, Vila Olímpia e Serra da Cantareira.

O tipo de música é variado. Vale desde as tradicionais, passando por forró, pagode, axé, alternativo e tecno, entre outros gêneros diversos. No mês de junho, até mesmo as velhas quermesses ganham boa aceitação principalmente entre os adolescentes. Country, programação preferida de muitos atrai multidões, e com ela um público fiel, hospitaleiro e familiar. A cada dia o movimento ganha mais espaço e importância no cenário social.

Casas noturnas e shows a cada tem crescido numericamente como poucos negócios. O público que curte o country é fixo e fiel. “A vantagem do Country perante os outros, é que é um ambiente familiar. Até crianças frequentam. Recomendo outras pessoas conhecerem, é fantástico, algo novo”, afirma Nádia Alves Fernandes. Outro evento social que arrasta milhares de pessoas é o rodeio. Nessa reunião de cowboys, em meio a uma enorme festa traz a cultura do campo, do peão e shows musicais. “Rodeio para mim é uma celebração, o principal do country, e para acompanhar escutamos rádios Terra FM e Tupi FM. Ah! Barretos não é tudo isso”, diz.

Festas do interior na capital dão certo, e trazem lucro as casas especializadas, como o Villa Country e o Estância Alto da Serra, que por sinal é muito frequentado pelo público da Zona Norte, e cidades da grande São Paulo como por exemplo Mairiporã, Guarulhos, Franco da Rocha e Caieiras.

Público diversificado

Diferentes tribos frequentam as mais variadas festas paulistanas, entre elas estão as baladas alternativas e GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). “São festas que as pessoas curtem o público GLS mesmo sendo heterossexual”, relata Shirley Oliveira do Prado que costuma frequentar balada alternativa. O som que os gays e companhia ouvem, também é algo que não há muita divulgação. A rádio Brasil 2000 propaga esse tipo de música por meio de alguns de seus programas, a que vão ao ar sexta e sábado às 22 horas.

O som que está rolando nas pick-ups no momento nas pistas é o das bandas The Strokes, Pixies, Lê Tigre, além dos hits dos anos 80 que também são frequentes nas pistas. A maior parte dessas bandas daqui a uns meses serão esquecidas para sempre.

Uma das maiores queixas daqueles que frequentam as baladas são os preços das bebidas. A consumação é dolorosa e fica entre R$ 15,00 e 20,00. Isso muitas vezes sem contabilizar a entrada que é mais outro tanto. Os jovens não muito bem nascidos, às vezes, precisam guardar alguns trocados por semanas a fio para gastá-lo apenas num dia no mês.

Mas junto com esse lado festivo e alegre há um lado perigoso e nocivo. É comum no compasso do roque ou de outras músicas, os jovens dançarem nas noites paulistanas no ritmo das drogas como o êxtase, maconha e cocaína. Estão cada vez mais frequentes nas baladas. Jovens frequentam os pontos noturnos com a intenção de curtirem a noite, mas nos banheiros e carros os “baladeiros” fazem suas viagens alucinantes. Para alguns enquanto não se satisfazem da chamada “loucura”, a balada não tem sentido.

Pagode e axé 

A moda musical é um sobe desce nas baladas. O pagode e axé tiveram quedas nos últimos dois anos nas pistas.  Mas em algumas novas casas na badalada Vila Olímpia o pagode e axé estão presentes. É o que atraem o público casas sempre cheias, como o Santa Aldeia e The One. “Muito ao contrário do que dizem, é o melhor momento do pagode e axé”, afirma o músico Leonardo Rogério Pollisson, que atua quase que diariamente na noite paulistana. Rádios, como: Band FM, Sucesso e transcontinental são os veículos que levam os hits, com programas especializados, como o Axé Band, além do black music, que foi revigorado dos anos 70  e é muito tocado.

Quermesses

Mesmo com todas as modernas festas, casas de show e danceterias as pré-históricas quermesses continuam famosas e contam em muitas delas com apresentações e shows de bandas famosas.  Quermesses como as da Portuguesa, do Corinthians e outros grandes clubes ainda atraem milhares de pessoas, provando que há espaço para todos quando se trata de se divertir. Famílias preferem esse ambiente porque é tido como seguro e barato. Parece que essa alternativa antiga, ainda viável, até mesmo pelas condições econômicas da população e vantagens comerciais aos organizadores.

Profissão e diversão

Mas na noite paulistana, um profissional que antes era mais um coadjuvante virou o astro das baladas. O DJ tornou-se a moda do momento, com os profissionais ganhando sacos de dinheiro se tiver uma posição de destaque. Hoje virou um serviço especializado O DJ tem seu próprio equipamento e o serviço especializado, buffet ou produtora pode ser contratado para o evento com próprio DJ e banda, relata André Araújo DJ e músico.

Importante retratar  que há diferença do DJ que toca em festas em geral (salão), do que toca em danceterias. Os DJs de festas têm um padrão diferente dos demais, casamentos e festas em geral e se difere completamente dos DJs de danceterias que valoriza a música eletrônica.

Kassius Renan Malins é estudante de jornalismo – Matéria publicada originalmente no seguinte link<www.partes.com.br/ed48/reportagens.asp> Revista Partes – Ano IV – agosto de 2004 – nº48

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