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Águas de março

Águas de março
por Gilberto da Silva

Gilberto da Silva é sociólogo e jornalista. É editor da Partes.

Águas fraternas
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil escolheu um assunto ligado ao meio ambiente como tema da Campanha da Fraternidade de 2004. O tema “fraternidade e água”, com o lema – “água, fonte de vida” -, é muito pertinente e chega num momento crucial da discussão sobre o saneamento.
Este tema várias vezes citado nesta coluna recebe agora o reforço da Igreja Católica que possui um excelente trabalho com as comunidades desempenhando um papel conscientizador: no Brasil, milhões de pessoas ouvem e incorporam as orientações da Igreja no seu cotidiano.

Objetivos ecológicos
A Campanha da Fraternidade de 2004 propõe conhecer a realidade hídrica do Brasil a partir da realidade local; desenvolver uma mística ecológica que resgate o valor da água nos seus fundamentos mais profundos; apoiar e valorizar as iniciativas já existentes no tocante ao cuidado com a água, preservação das águas, captação de água de chuva e recuperação de mananciais degradados; provocar e alimentar a solidariedade entre quem tem água e quem não tem; e defender a participação popular na elaboração de uma política hídrica, para que a água seja, de fato, de domínio público, e seja gerenciada pelo poder público com participação da sociedade civil e da comunidade local.

Dados alarmantes

Dados da ONU – Organização das Nações Unidas revelam que cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não têm água de qualidade para beber; 2,4 bilhões de pessoas não têm serviços sanitários adequados; milhões de crianças morrem a cada ano de doenças causadas por água contaminada; no Brasil, 20% da população ainda não tem acesso à água potável; 40% das torneiras não tem água confiável; 50% das casas não tem coleta de esgotos e 80% do esgoto coletado é jogado diretamente nos rios, sem qualquer tratamento; 54,4% das crianças de zero a 6 anos vive em residências sem saneamento adequado.

Fonte de discórdia
A fonte multimídia do Parque do Ibirapuera ainda rende confusão. O Ministério Público Estadual insiste na tese de risco à saúde. A Prefeitura nega qualquer risco. A Cetesb vai monitorar a poluição do lago. Muita água pode rolar.

Urbis 2004
De 14 a 18 de junho será realizada a terceira edição da Urbis – Feira e Congresso Internacional de Cidades cuja proposta é discutir os principais problemas das metrópoles: congestionamentos, miséria, poluição, favela, educação e saúde.
A Feira estará sendo realizada no Pavilhão de Exposições do Expo Center Norte e tratará do tema “Cidades e Regiões Metropolitanas: Estratégias de Desenvolvimento”. Ao mesmo tempo estará acontecendo no Anhembi a X UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) evento que trará centenas de ministros e muitos chefes de Estado a São Paulo.

Debates
Os debates da Urbis serão marcados pelas seguintes questões: 1) Globalização, Desenvolvimento Nacional e o Papel das Regiões Metropolitanas; 2) Megacidades e o Desenvolvimento Regional; 3) Regiões Metropolitanas: Marco Regulatório; 4) Limites e Perspectivas para o Desenvolvimento das Cidades e das Regiões Metropolitanas; 5) Políticas Metropolitanas: Transporte, Segurança e Habitação; 6) Políticas Metropolitanas: Saneamento Ambiental, Acesso à Água e Energia; 7) Geração de Trabalho e Renda.

Teto Pak
As conhecidas caixas de Tetra Pak (leite e sucos etc) podem ser reaproveitadas e transformadas em isolante térmico para residências e galpões. Pesquisadores da Unicamp provam que a utilização destas caixinhas deixa a casa mais fresca e agradável.

Uma boa ideia. Além de ecológica e barata as caixinhas refrescam a cuca.

Nível
O nível sobe. O nível desce. Se não tivéssemos uma perda de 30% na RMSP no abastecimento teríamos uma boa folga no manjado “nível” dos reservatórios. Proteger os mananciais é, no meu entender, o mais prioritário.

 

 

 

O livro visa estimular, aprimorar e qualificar professores, alunos, gestores e demais profissionais da educação para uma leitura crítica e reflexiva da realidade sócioambiental a partir da diversidade e complexidade das teias de relações sociais, econômicas, políticas e culturais do mundo contemporâneo.
Livro traz pequenas notas sobre questões ambientais tais como: crise hídrica, saneamento, lixo, sustentabilidade, comunicação, riscos, enchentes, mobilidade, biocombustíveis e energia.

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