Os melhores momentos
por Gilberto da Silva
Ano III n.42 fevereiro de 2004
www.partes.com.br/ed42/editorial.asp
Nossos melhores momentos são aqueles em que sentimos que nossas ações cotidianas são recompensadas e que podemos de uma forma ou outra ser útil ao próximo.
Assim, na dor e na alegria renovamos nossas baterias para outras batalhas.
Todo fechamento de edição é um parto pra mim. Um parto com dor, geralmente muita dor. Este sofrimento aumenta no momento do editorial. Eu sinto – tenho certeza – nestes momentos, que realmente escrevo mal. É uma sucessão de vírgulas fora do lugar, gramáticas entaladas na garganta, pontuações desnecessárias entre tantas aflições da língua. Sinceramente, nestas horas, sinto inveja dos bons jornalistas. Melhor: tenho admiração.
Sonho em escrever como Machado de Assis (e que sonho!). Sonho em ter um texto limpo, bonito, legível, fluido, espontâneo, rápido. Não tenho o dom da boa escrita. Ainda bem que poucos leitores arriscam-se a ler o editorial. Sinto que morrerei tropeçando nas vírgulas, nas ortografias, nos verbos sem conjugação e nas orações subordinadas. Morrerei pensando que poderia ser um bom jornalista.
Porém, o que me alegra nestas horas são os textos maravilhosos que recebo para publicar nas páginas da Partes. Ao edita-los realizo meus sonhos. Concretos são as contribuições. Textos belos, talentosos e inspiradores. Mesmo antagônicos, harmonizam-se. As presenças desses amigos, muitos deles ainda virtuais, elevam a qualidade da Partes. Isto recompensa.