Paulo de Abreu Lima
De alguma forma obtive um apreço especial pela figura de Sérgio Vieira de Mello, e isso aconteceu especialmente quando conheci o trabalho desenvolvido por ele no Timor Leste. Talvez não tenhamos muita noção da importância deste trabalho no Timor e dele pessoalmente. Que trabalho foi esse? De pacificação, de construção/reconstrução. O que a ONU e Sérvio Sérgio Vieira de Mello fizeram e fazem no Timor foi construir/reconstruir um cotidiano destroçado pela guerra civil; da mesma forma como em países onde atuou na África; igualmente também na questão Palestina, onde as perspectivas, porém, são pouco alentadoras. E infelizmente o destino, um chamado especial ou apenas a insanidade do terrorismo resolveu interromper esta missão de Sérgio Vieira de Mello. Não da ONU, mas dele, pelo menos aqui na terra.
Fico pesando no significado do trabalho deste homem aqui para o Brasil, para o nosso cotidiano. Não faltaria trabalho, com certeza, já que os indicadores apontados pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano da ONU) apontam taxas alarmantes. O que me ocorre é que na África, no Timor ou no Iraque, a situação destes indicadores e o equilíbrio da vida cotidiana é nua, crua, desnuda, escancarada, abandonada. Em países como o nosso, o que é diferente? Pobreza, miséria, carência de infraestrutura sanitária, habitacional, educacional, etc., etc, é quase igual, senão pior, se compararmos o conjunto da nação (economia, porte, demografia, etc.)
Tenhamos fé que Sérgio Vieira de Mello olhe e ore por nós, e reconheçamos sua humanidade, esperando que muitos outros como ele apareçam neste mundo (inclusive no Brasil).
Partes / setembro/2003
Paulo de Abreu Lima