por Eliane Potiguara
Foi no berço de Ângelo Kretã
Que aflorou como semente na terra
A união dos negros, mestiços e brancos…
Índios ! como num grito de guerra
Que se erguem por um novo amanhã
Sim
Foi no Brasil de Marçal Tupã
E de muitos Ângelos Kretãs
Que se uniram Manoéis da Conceição
Elisabetes Teixeiras, Krenakes e Tukanos…
É Paraná de boa gente
Que em seu seio acolheu
Que em seu rio de decência
Gente forte resolveu:
– Nunca mais a violência !
Paranauê ! Paranauê !
Paraná !
Terra dos pinheirais
Os “sem terra” – nunca mais !
Das cataratas – livres – do Iguacú
Igarapés levam água a quem tem sede
A garapa a quem tem fome
RAONI – Guaíras a quem tem luta
Êta ! Paraná…
Rio grande em guarani
Num lugar a reunir
Sindicalistas, políticos e a UNÍ.
Foram representantes do povo,
Da igreja, é uma vitória !…
Êta ! Paraná…
Que entrou pra história !
Mas pra que isso acontecesse
Santinas, Linas e Marias
Tiveram assassinados seus maridos
Como o operário Santo Dias.
Foram muitas Aurélias Durantís
Irmãs guerreiras
Margaridas e Josimos
Que também vimos partir
Trabalhadoras as mulé agora
Enfrentam jagunço fazendeiro
Ao pai, ao marido, ao irmão ladeiam
Pelos sem terra, até a morte, guerreiam!…