“O Zito Buarque estava bufando, depois de 12 horas e meia sentado na cadeira dos réus””, comentou hoje o deputado federal petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), sobre a sentença que absolveu o acusado de assassinar a líder rural Margarida Alves. O parlamentar petista, que foi assistente do Ministério Público no caso, ponderou que o julgamento significou uma vitória e uma derrota para os movimentos sociais que defenderam a punição para o crime. “”Nunca os potentados da Paraíba, donos da vida e da morte dos paraibanos, imaginaram que houvesse alguém que fosse capaz de colocá-los no banco dos réus, depois de tanto tempo do crime””.
Os 18 anos de morosidade para o julgamento foram, na opinião de Greenhalgh, a principal arma da defesa para convencer o júri a absolver o fazendeiro. “”A impunidade tem relação direta com o esquecimento, e a defesa procurou sensibilizar o júri para o fato de não fazer sentido punir alguém por um crime que aconteceu há tanto tempo””, avaliou o deputado. O petista não considera a hipótese de coação do júri, mas de manipulação psicológica. “”A defesa apresentou o Zito como um coitadinho, e o júri absolveu-o sentindo vergonha da decisão””.
Segundo Greenhalgh a estratégia da acusação foi correta, ao trabalhar com as provas do crime. O petista avaliou como constrangedora a política de alianças do PT local em sua relação com o movimento pela punição do criminoso. “”Tivemos que assistir um vídeo onde o filho da Margarida discursava acusando o PT de traição por ter se aliado aos assassinos””, disse ele, referindo-se à aliança eleitoral do PT com o PDT, grupo político dos latifundiários envolvido com o crime.”