Gilberto da Silva
Capitu, personagem vivida por Giovana Antoneli na novela global Laços de Família, é uma garota de programa e seu desempenho traz à tona uma discussão sobre a dupla jornada de vida de algumas mulheres: trabalham ou estudam de dia e à noite se prostituem. Esta dupla jornada pode ser gratificante ou detestável, vai depender de cada situação.
A tecnologia também facilita a vida destas pessoas. Celulares, Internet, bips e outras tecnologias ajudam a preservar a identidade e a privacidade. E ajudam a escolher os parceiros. É o tesão por dinheiro. Mas, isto é possível? O amor ao dinheiro leva muitas garotas a este tipo de vida. As garotas seduzidas pelo dinheiro fácil e levando a vida na cama vai, deliciosamente, satisfaz as fantasias sexuais de muitos marmanjos. Se há dinheiro, há clientes…
Os altos salários – se assim podemos afirmar – atraem cada dia mais novas mulheres, além da oportunidade de escolher o parceiro. Muitas trabalham temporariamente, depois que se formam nas universidades e conseguem uma colocação, preferem o certo pela duvidoso. É o encantamento do dinheiro fácil.
De dia “santa” à noite prostituta, assim afirmam algumas praticantes desta vida. Loura à noite, morena de dia, situações dignas do filme La Belle de Jour.
Muitas afirmam que são profissionais:”finjo orgasmo, sou profissional, amante, não quero vínculos com o cliente, quero só dinheiro”.
Histórias parecidas com a da personagem Capitu podem não ser um mar de rosas e – e não ter um final feliz, ou, quem sabe ser um mar de sexo sem culpa.
Casos em que amores se transformam em grandes tragédias ou, na melhor hipótese, quando seus namorados – ou família – ficam sabendo da vida ambígua da garota, aceitam a vida que ela leva. Nem sempre tudo é sonho e fantasia… Nem sempre a vida é novela global.
Gilberto da Silva, jornalista e sociólogo é editor de Partes