Pó
Raul Prates
Rua, lixo, esgoto
abandono
Mulheres, crianças e velhos
abandonados
Caras, bocas e prantos
Jogados, jorrados
marcados
Sol, chuva, frio
Tempo imperdoável
Praças, limbos
Ruas e labirintos
esquecidos
Cheiro de pneus queimados
Fumaça, nuvens
poluição
O que não recicla (é vida?)
Cicla o ciclo
Da era do
pó (que somos e viemos).
Raul Prates, é poeta?