Domingo sem parque e sem morte
Depois da ansiedade
Fruto da espera louca
Da neura da cidade
É domingo na metrópole
Tem música nos aparelhos, no vento, e nos mistérios. Tem stérios e estéricos, missa, pastores e almas.
Mocinhas nos cines e rapazes apressados (onde vão? Hoje é dia de descanso.)
Famílias sentadas em volta das mesas cheias de macarronadas e, dois hambúrgueres com gosto de massa passada em uma rede de lanchonete qualquer, entalando as barrigas sedentárias.
É domingo e já desperta um sabor (são vários sabores?) de segunda-feira.
E na terça já tem feira. E na quarta um sonho quarto.
Na quinta já sente a sexta e fim de semana que se aproxima.
No sábado o cheiro do domingo fere a alma dos parques sem morte sem dor sem nada.
E pensar que todos os dias são iguais perante o tempo.
E pensar que em todas as mesas haverá sobremesas: sonho de um fim de domingo…
Raul Prates