Editorial

A parte que nos resta

 

Continuamos o caminhar por uma estrada brasileira borrada por comemorações ridículas, por caminhos sem terra, sem teto, sem nada, passando pelos com tudo, com terra.  Mas, apesar das injustiças, de consciências a serem aperfeiçoadas, da política ser reciclada, podemos avançar e crer na possibilidade do futuro.

Nossos caminhos são múltiplos. A escolha, quase sempre difícil. Como avançar por esses caminhos enfrentando as suas dificuldades? Apenas caminhando…

Mas é bom lembrar uma parte do livro-carta-aberta do jornalista Hamilton Cardoso publicado nesta edição:

“Quando alguém está desorientado e perambulando é chamado de zumbi e quando alguém está zumbi, certamente está perambulando. Então ninguém quer ser zumbi e, consequentemente, presumo, no imaginário oficialmente permitido, nos dicionários e, principalmente ensinado às nossas crianças, Zumbi não é um símbolo ideal. …não removemos do caminho a parte que nos atrapalha.”

Cabe a nós cumprir nossa parte, a parte do reclamante, do consumidor, do crítico, a parte que faz “resta deste latifúndio” o pedaço de mim arrancado a ferro, fúria, força e a fibra que nos leva a aguentar e suportar as feridas desta terra.

Nessa edição de P@rtes desejamos a todos a capacidade e a vontade de construir, de construir uma democracia real, verdadeira, concreta.

Somos P@rtes de uma sociedade que clama por democracia racial, social e liberdade tanta que cada indivíduo por si só saiba seus limites e os limites dos outros.

 

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