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Um exemplo de retidão

Neste momento em que escrevo, dia 6 de setembro de 2006, recebi a notícia do falecimento de João Cruz Filho.

Numa sociedade marcada por escândalos, corrupção, falsidades e maldades é bom registrar um exemplo raro de dignidade, trabalho, retidão, honestidade.

Sua passagem no reino dos homens deixará saudades.

João Cruz Filho, baiano de Crisópolis (local que nasceu em 16 de maio de 1932) estava estabelecido no balneário do Guarujá há cinquenta anos, onde, bom de prosa e de trabalho construiu casas, amigos, clientes. Ele foi sempre grato ao acolhimento fraterno que recebeu.

Sempre uma mão estendida para auxiliar centenas de pessoas e entidades beneficentes na cidade. Para ele não havia diferença de classe ou raça, tratava todos com a mesma dignidade. Era, como eu sempre gosto de enfatizar: não apenas um construtor, mas sim um edificador de amizades.

A cidade do Guarujá soube retribuir este cidadão. Depois de uma curta passagem por São Paulo, aportou, na década de 1950, no Guarujá.  Reconhecimento concretizado com o Título de Cidadão de Guarujá, recebido em 1977. Justa homenagem e bela, prestada pelo vereador José Bonfim de Carvalho e pelo presidente da Câmara, Roberto Nascimento. Recebeu também a medalha do “Mérito do Trabalho”, indicação do vereador Laurenil Silveira. Na ocasião foi intitulado pelo então prefeito Jaime Daige, em reconhecimento pela sua ajuda social e profissional na construção da cidade, como o “Grande Embaixador da Bahia em Guarujá”..

Participou de inúmeras obras sociais sociais na área da saúde, educação, moradias, transportes e lazer. Participou das obras da Igreja Matriz do Guarujá, do Hospital Santo Amaro, do Ninho Maternal, Casa do Menor, Lar dos Velhinhos, Salão Dom Bosco, Creche Estela Maris, Biblioteca Municipal, da Ilha Encantada do Dr. Fernando Lee, do Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral de Guarujá, do Fundo Social de Solidariedade  do município, da Promoção Social da prefeitura, do Lions, e muitas outras escolas, e sociedades esportivas.

No Vila Souza Atlético Clube, foi sóciomais de 40 anos, conselheiro há 15 anos e foi presidente da diretoria durante dois anos.

Com muito carinho e sacrifício, João criou sua família, sempre apoiado pela dedicada esposa, Maria Eunice, também falecida, com quem foi casado por quase 50 anos e teve 6 filhos e mais de uma dezena de netos..

Não teremos mais aquele papo gostoso e sincero, aquelas histórias de humildade e simplicidade. Espero, contar esta história de vida e que esta sirva como um alento para as gerações futuras, sobretudo para seus netos e bisnetos. Este era o seu desejo, e o motivo do nosso primeiro encontro. João Cruz desejava transmitir aos mais jovens o exemplo de que vale a pena trabalhar com honestidade, sinceridade e integridade de caráter.

Fica meu compromisso assumido em vida de terminar esta bela biografia.

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